Vídeos mostram quando servidora pública que morreu após procedimento estético
chega à clínica e quando sai em maca
Danielle Mendes morreu depois de sofrer uma reação alérgica a hialuronidase.
Dona de clínica foi indiciada por homicídio.
Imagens mostram servidora chegando a clínica de estética e saindo de maca
Imagens mostram servidora chegando a clínica de estética e saindo de maca
Um vídeo mostra quando a servidora pública que morreu após realizar um
procedimento estético
chega à clínica e quando ela sai de maca (assista acima). Danielle Mendes Xavier
de Brito Monteiro sofreu uma reação alérgica
depois de aplicar um produto manipulado no rosto. A dona da clínica foi
indiciada
por homicídio simples por dolo eventual, que é uma morte causada sem violência
em que o autor assume o risco de matar.
Danielle Mendes morreu em 1º de dezembro de 2024. O DE
fez contato com a defesa da dona da clínica na
sexta-feira (31) e foi informado que uma nota será divulgada na segunda-feira
(3).
Anteriormente, a defesa da empresária negou as afirmações feitas pela polícia de
que ela não teria formação para realizar o procedimento, e de que usou na vítima
um produto proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As imagens mostram a servidora pública chegando no corredor que dá acesso à
clínica. Com o celular na mão, ela olha para os lados antes de seguir em direção
à porta do estabelecimento.
Em seguida, as imagens registraram Danielle numa maca, sendo carregada por cinco
socorristas do Corpo de Bombeiros e do Serviço Móvel de Urgência (Samu).
Danielle morreu no hospital, um dia após realizar a aplicação do produto. De
acordo com a delegada Débora Melo, a servidora recebeu hialuronidase abaixo dos
olhos.
O produto é um tipo de enzima, produzida de forma manipulada. Seu uso em
procedimentos estéticos não é autorizado pela Anvisa, de acordo com a polícia.
Débora destacou que a clínica não possuía os equipamentos básicos de atendimento
em casos de uma reação alérgica grave.
A delegada Débora Melo relatou que Danielle Mendes chegou à clínica por volta
das 9h da manhã do dia 30 de novembro para realizar uma avaliação. As
investigações apontaram que Danielle foi convencida pela dona da clínica a
realizar o procedimento.
De acordo com a Polícia Civil, a servidora pública sofreu um choque anafilático
e teve uma parada cardiorrespiratória no local. Ela foi socorrida pelo Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital de Urgências de
Goiás (Hugo), mas teve morte cerebral no dia seguinte, informou a PC.
A dona da clínica foi presa no dia 2 de dezembro, um dia após a morte de
Danielle. A clínica, que fica no Parque Lozandes, foi interditada depois que
foram encontradas irregularidades no local, como medicamentos vencidos,
anestésicos de uso hospitalar e itens cirúrgicos sem esterilização.
Na época, a polícia informou que a empresária não havia sido detida pela morte
da servidora, pois a investigação estava em andamento. A prisão foi determinada
por outros três crimes: execução de serviço de alta periculosidade, exercício
ilegal da medicina e oferta de produto ou serviço impróprio ao consumo.
A mulher continua presa. Além do crime de homicídio simples por dolo eventual,
ela também deve responder por crimes contra as relações de consumo e contra a
saúde pública e por fraude processual qualificada.