A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou, nesta segunda-feira (4), seu Projecto Verão 2024/2025. O “verão”, para a prefeitura, é considerado o período de seis meses em que ocorrem mais chuvas e as temperaturas estão mais altas, ou seja, de novembro de um ano até abril do ano seguinte, englobando, portanto, partes da primavera e do outono, além do verão propriamente dito.
Em novembro do ano pretérito, por exemplo, a cidade atingiu a temperatura recorde de 43,8ºC. Apesar do novo protocolo, o Rio de Janeiro não espera calores tão intensos para o município nos três primeiros meses deste verão de 2024/2025.
A meteorologista Raquel Franco, dirigente do Sistema Alerta Rio, destaca que o término desta temporada do El Niño (fenômeno climatológico que provoca aquecimento das águas do Pacífico e afeta o clima no país) deve valer um verão com temperaturas mais amenas, mesmo que não ocorra a La Niña (fenômeno climatológico que esfria as águas do Pacífico).
“Ano pretérito, a gente estava com um potente El Niño. E esse fenômeno afeta principalmente as temperaturas cá da região Sudeste. Uma vez que leste ano temos previsão de La Niña ou de neutralidade [ou seja, nenhum dos dois fenômenos], é provável que não tenhamos um verão tão quente quanto no ano pretérito”, explica Raquel.
Apesar de não esperar temperaturas tão altas, uma das novidades para leste verão é o protocolo para diferentes níveis de calor, criado em junho deste ano. São cinco níveis em que o primeiro (NC1) é considerado normal, enquanto o último (NC5) significa calor extremo com impactos críticos para a saúde humana, no qual a prefeitura poderá instituir suspensão de atividades não prioritária, inclusive eventos ao ar livre com grande aglomeração de pessoas.
Os níveis NC2 e NC3 demonstram aumento do risco para a população, nos quais a prefeitura ampliará sua informação com a população e emissão de alertas. O nível NC4 já demonstra calor extremo que, apesar de menos intenso do que o NC5, pode simbolizar a ocorrência de casos graves de saúde. Nesse penúltimo nível, a prefeitura mobilizará a rede de saúde e avaliará a suspensão de atividades externas.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, o Rio de Janeiro é a primeira capital a adotar um protocolo de preparação para o calor extremo. “A gente tem o primeiro verão onde há definição clara de porquê se portar em cada momento de temperatura, de pressão e de umidade da cidade”, afirma.
Segundo ele, com base na previsão meteorológica, a prefeitura poderá avisar com antecipação a chegada de níveis de calor 4 ou 5.
“A gente vai saber com antecedência se tiver verosimilhança muito subida de ocorrer um nível de calor 5. E, antemão, vamos orientar que, nessa data, será preciso tomar determinadas medidas de suspensão. Simples que ninguém quer interferir na normalidade da cidade, mas a saúde humana e a proteção da vida das pessoas têm que ser sempre prioridade”.
Chuvas
Se o calor para leste trimestre não deve ser tão potente, por outro lado as chuvas no Rio de Janeiro devem ser supra da média no período de novembro deste ano a janeiro de 2025, assim porquê ocorreu em janeiro pretérito, que apresentou pluviosidade recorde para o mês.
Os maiores riscos oferecidos pelas chuvas no Rio são deslizamentos de encostas e enchentes. Para os deslizamentos, a prefeitura continua contando com as sirenes de alerta, além da realização de quase 200 obras de contenção nos últimos quatro anos.
Para as enchentes, a prefeitura informou que fez limpeza e desobstrução de quase 3,5 milénio quilômetros de galerias de águas pluviais e limpou mais de 500 milénio caixas de ralos na cidade no mesmo período.
O prefeito carioca, Eduardo Paes, destacou, no entanto, que ainda há locais críticos para enchentes, que devem continuar sofrendo com cheias de rios pelos próximos anos, porquê as margens dos rios Acari, na zona setentrião, e Cabuçu-Piraquê, na Jardim Maravilha, na zona oeste, apesar de obras para resolver os problemas já estarem em curso.
Paes pediu que a população fique atenta aos alertas emitidos pela prefeitura. “A gente reza, torce para que nossos alertas, com sirene tocando, sejam alertas falsos, mas o risco de ocorrer [a tempestade] é grande. Portanto, acreditem e preservem sua vida, porque essa é a única coisa que não se recupera”.
A cidade também conta, desde março, com novo radar meteorológico em Mendanha, além do que já estava em operação desde 2010 no Sumaré. O novo sistema oferece melhores condições para a realização de previsões de tempestades.
Material alterada às 11h19 de hoje (4/11) para atualização.