Cupins luminescentes e patrimônio mundial: conheça o Parque Nacional das Emas que tem mais de 300 espécies de aves
Reserva é uma das mais importantes unidades de conservação do Cerrado e contempla um fenômeno noturno chamado bioluminescência. Visitas acontecem de segunda-feira a domingo, das 7h às 23h.
1 de 3 Cupins luminescentes no Parque Nacional das Emas, em Chapadão do Céu — Foto: Reprodução/Site Parque Nacional das Emas
Cupins luminescentes no Parque Nacional das Emas, em Chapadão do Céu — Foto: Reprodução/Site Parque Nacional das Emas
O Parque Nacional das Emas, considerado patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), fica localizado em Chapadão do Céu, região sudoeste de Goiás. É possível visitar a reserva, que possui 350 tipos de espécies de aves, e contemplar um fenômeno noturno chamado bioluminescência.
As visitas são guiadas e acontecem de segunda-feira a domingo, inclusive em feriados, das 7h às 23h. A entrada custa R$ 18.
De acordo com a Goiás Turismo, a bioluminescência ocorre nos meses de outubro e novembro, quando uma espécie de vagalume deposita seus ovos nos cupinzeiros da região. As larvas desses insetos já nascem emitindo luz, utilizada para atrair pequenos insetos, como os cupins.
Apesar de cupinzeiros estarem presentes em outras regiões do Brasil, esse fenômeno específico só acontece no Parque Nacional das Emas, devido a fatores ambientais desconhecidos. O brilho é visível apenas durante a noite, sendo mais intenso em noites quentes, sem luar, com alta umidade ou logo após uma chuva.
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O turismólogo Aluisio Rodrigues Cabral, que é guia turístico na região há 37 anos, explicou que o fenômeno ocorre quando vaga-lumes da espécie Pyrearinus termitilluminans depositam seus ovos na base do cupinzeiro, formando um círculo de ovos brilhantes.
“O parque oferece várias atrações, como safáris de carro, bioluminescência, passeios aquáticos e observação de pássaros. A diversidade de animais e plantas, incluindo inúmeras plantas medicinais, também é um grande diferencial do parque, tornando-o um local muito conservado e cheio de vida” relatou Aluísio.
COMO CHEGAR
O município de Chapadão do Céu faz divisa com o estado de Mato Grosso do Sul. Para chegar até o parque, o trajeto mais comum parte de Goiânia, passando pela BR-060 até Jataí, depois pela BR-364 até Mineiros e, por fim, pela GO-050. Parte do caminho é feito por estrada de terra, portanto é importante planejamento e atenção às condições da via.
VISITAÇÃO
– Local: Parque Nacional das Emas – Rodovia GO-206 – Chapadão do Céu (GO)
– Horário de funcionamento: Todos os dias, das 7h às 23h
– Valor da entrada: R$ 18
– Visitação: Guiada, inclusive em feriados
Para visitar o Parque Nacional das Emas é necessário contratar um guia. O parque disponibiliza guias turísticos com valores que variam de R$ 200 a R$ 350 por dia, dependendo da duração do tour, que pode ser de 8h a 12h. Há também uma guiada noturna por R$ 280 para ver a bioluminescência nos cupinzeiros.
Segundo a Goiás Turismo, há ainda visitação em observatórios de passáros. O biólogo Edson Abrãao disse que há aves raras que habitam no parque como, como a zubandoleta, doldadinho, que é uma ave colorida, gralha-do-campo, uma ave bem barulhenta, gavião-tesoura, tapaculo-de-colarinho, andarilho, que é uma ave com hábitos de solo e não voa, bacurau-rabo-branco e outras.
Devido ao tamanho do parque, não é possível explorá-lo completamente em um dia, e ele não possui restaurante, mas refeições podem ser reservadas com moradores locais. Os melhores horários para observar a fauna são a partir das 6h ou das 16h. As visitas podem ser reservadas no site do parque.
TESOUROS DO CERRADO
O Parque Nacional das Emas é considerado uma das mais importantes unidades de conservação do bioma Cerrado, tanto por sua riqueza de fauna e flora quanto pela presença de espécies raras e ameaçadas de extinção. Recentemente, o parque foi incluído em ações prioritárias para a conservação da biodiversidade do Cerrado e do Pantanal.
Com altitudes que variam entre 350 e 1.000 metros, a paisagem é marcada por relevo suavemente ondulado, solo arenítico e a presença da Serra dos Caiapós. O parque é também atravessado por importantes bacias hidrográficas brasileiras, como a do Paraguai (com o rio Taquari) e a do Tocantins (com o rio Araguaia). Os rios Formoso e Jacuba, afluentes do rio Paranaíba, são os principais responsáveis pela drenagem da região.
Parque Nacional das Emas — Foto: Devanir Gino/TG
BIODIVERSIDADE
Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a vegetação do parque representa várias formações típicas do Cerrado, incluindo: Mata ciliar, Vereda, Campo úmido, Campo rupestre, Cerradão, Campo cerrado, Campo sujo, Campo limpo
As palmeiras indaiá dominam as áreas mais baixas, enquanto a roupala é predominante nos campos sujos. Nos trechos de cerrado típico, as árvores chegam a até 6 metros de altura, com formas tortuosas. Cerca de 70% da vegetação é composta por campos arbustivos e apenas 1,2% por matas densas.
Entre os animais que habitam o parque, estão cerca de 350 espécies de aves e diversos mamíferos, como: Onça-pintada, Onça-parda, Lobo-guará, Tatu-canastra, Queixada, Anta, Veado-campeiro, Jaguatirica, Cachorro-do-mato, Ema
Estima-se ainda que existam mais de 1 milhão de jararacas, além de outras serpentes como sucuris, corais, jiboias e cobras-cipó.
Parque Nacional das Emas possui uma rica fauna, Goiás — Foto: Reprodução/Ary Bassous
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