Pai e mãe são indiciados por morte de bebê levado ao hospital com fraturas e sinais de agressão
Pedro Benjamin sofreu edema cerebral, laceração no fígado e lesão no pulmão. Ele
tinha 1 ano e 9 meses e deveria estar sob os cuidados da avó.
Pedro Benjamin Gonçalves de Mello, de 1 ano e 9 meses, que morreu após ser
levado ao hospital com fraturas e sinais de agressão, em Goiânia, Goiás —
Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A Polícia Civil indiciou o pai e a mãe do bebê levado ao hospital com fraturas e
sinais de agressão, informou o delegado Henrique Wilson. Pedro Benjamin Gonçalves de Mello, de 1 ano
e 9 meses, chegou ao hospital inconsciente e sofreu parada cardiorespiratória.
Pedro foi levado ao Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara
(HMMCC), em Goiânia, no dia 14
de dezembro de 2024. Apesar do trabalho de reanimação feito pela equipe médica,
o bebê morreu na unidade.
Como o bebê apresentava fraturas e sinais de agressão, os médicos chamaram a
polícia, que prendeu os pais da criança. Na delegacia, eles disseram que um
guarda-roupa tinha caído em cima do bebê.
Em nota, a defesa do pai do menino disse que confia que os laudos e demais
provas técnicas vão esclarecer todos os fatos. O advogado Saulo Silva do
Espírito Santo disse ainda que a defesa aguarda o momento oportuno para se
posicionar (leia nota completa abaixo).
O DE não conseguiu localizar a defesa da mãe de Pedro até a última atualização desta reportagem.
Bebê que morreu com fraturas e sinais de agressão tinha até laceração no fígado,
diz laudo.
Na época, o delegado Rilmo Braga contestou o relato do acidente doméstico dado
pelos pais dois, já que a perícia apontou politraumatismo com sinais de maus
tratos como causa da morte do bebê.
De acordo com a Polícia Científica, Pedro Benjamim sofreu edema cerebral,
laceração no fígado e lesão no pulmão. O bebê também apresentava hematomas na cabeça, pescoço, tórax, abdômen, ombro,
braço, virilha, coxa e outros.
A mãe do bebê, uma auxiliar de serviços gerais de 23 anos, foi solta após a
audiência de custódia. Já o pai, um pintor de 29 anos, foi mantido preso.
Pedro Benjamin foi levado ao hospital pela primeira vez com sinais de agressão
no dia 4 de dezembro de 2024. Nesse dia, a mãe alegou que o filho estava com uma doença, de acordo com a
polícia. Mas, exames realizados na unidade de saúde mostraram que o menino tinha
diversas lesões que não eram causadas por doença.
O bebê chegou a ser retirado dos cuidados dos pais após a primeira ida ao
hospital. O Conselho Tutelar entregou a guarda da criança à avó, disse a
polícia. No entanto, a mulher disse que não tinha condições de cuidar do menino
porque precisava trabalhar e o devolveu aos pais, informou o delegado Henrique
Wilson.
A defesa de Pedro Junio Bandeira Golçalves Mendes, composta por Dr. Saulo Silva
do Espirito Santo e Drª Pollyanna Silva de Assis Brito informa que as
investigações ainda estão em andamento, e que aguarda o momento oportuno para se
manifestar acerca dos fatos. Em nenhum momento a defesa nega o fato de que a criança apresentava lesões graves
em diversas partes do corpo.
Essa é mais uma triste história que serve de alerta para a importância da proteção da infância e da vulnerabilidade das crianças diante de situações de violência. É fundamental que casos como esse sejam investigados e que os responsáveis sejam responsabilizados de acordo com a lei.