A Operação Overclean teve um desdobramento importante com o interrogatório de 11 dos 16 presos, que foram ouvidos pela Polícia Federal em Salvador. Nessa ação, foram apreendidos mais de R$ 3 milhões em espécie, 23 carros de luxo, três barcos, três aeronaves, seis imóveis de alto padrão, 38 relógios de luxo e joias. A quantia apreendida demonstra a magnitude do esquema de desvios de recursos milionários que está sendo investigado.
As investigações apontam para a existência de uma organização criminosa que opera de forma sistemática e coordenada desde pelo menos 2021. A movimentação financeira do grupo chega a aproximadamente R$ 1,4 bilhão, proveniente de emendas parlamentares e contratos públicos. Inicialmente, os desvios eram realizados por meio de contratos superfaturados com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), envolvendo corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
Entre os principais investigados estão Alex Rezende Parente, Fábio Rezende Parente, Lucas Maciel Lobão Vieira e José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”. Eles são apontados como os líderes do esquema criminoso, atuando em diferentes frentes para desviar recursos públicos. A estrutura da organização é complexa, com funções definidas para cada membro realizar as atividades ilícitas.
Além dos principais suspeitos, outros envolvidos foram detidos em diferentes estados, como Francisco Manoel do Nascimento Neto, Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, Clebson Cruz de Oliveira, Kaliane Lomanto Bastos, Orlando Santos Ribeiro, Diego Queiroz Rodrigues, Geraldo Guedes de Santana Filho, Evandro Baldino do Nascimento, Fábio Netto, Ailton Figueiredo Souza Junior, Claudinei Aparecido Quaresemin e Iuri dos Santos Bezerra. Todos estariam contribuindo para o funcionamento do esquema criminoso, realizando desde favorecimento em licitações até a lavagem de dinheiro.
Os investigadores descobriram que a organização criminosa atuava por meio de contratos superfaturados, facilitados por pessoas infiltradas nos órgãos públicos. A lavagem de dinheiro era sofisticada, utilizando empresas de fachada e métodos para dificultar a identificação da origem dos recursos ilícitos. Os crimes apurados são graves e podem resultar em penas que ultrapassam 50 anos de reclusão, além de multas previstas na legislação.
A defesa dos investigados afirmou que desejam esclarecer todos os fatos durante a investigação e eventual processo. Por outro lado, as prefeituras e empresas citadas na investigação se colocaram à disposição para fornecer esclarecimentos necessários. Ainda resta aguardar novas revelações e desdobramentos dessa operação que desvendou um esquema de desvios milionários de recursos públicos.