Mulher denuncia que ficou presa injustamente por cinco dias: ‘Momentos de terror’
Thalita Lima dos Santos, de 37 anos, contou que foi presa no lugar da irmã. A Justiça identificou o erro durante uma audiência de custódia.
A dona de casa Thalita Lima dos Santos, de 37 anos, denunciou que ficou presa injustamente por cinco dias em Aparecida de Goiânia após a polícia cumprir um mandado de prisão que estava no nome dela. Ela foi presa no lugar da irmã, que se apresentou com o nome de Thalita quando foi detida por suspeita de furto, informou a defesa da dona de casa.
> “Eu sou honesta, mulher do lar, vivo só do lar. Eu quero justiça. O que eu passei ali foram momentos de terror”, disse Thalita.
A prisão de Thalita aconteceu no dia 6 de março. Segundo o boletim de ocorrência, o nome dela aparecia como suspeita no crime de furto de celular que aconteceu em setembro do ano passado.
A Defensoria Pública do Estado de Goiás informou ao DE que representou a irmã de Thalita durante a audiência de custódia, cumprindo seu dever legal e constitucional de garantir a defesa de pessoas que não tenham condições de pagar por um profissional particular e não comentará sobre o caso.
A verdadeira suspeita havia sido presa em flagrante pelo furto. Na ocasião, ela se apresentou como se fosse Thalita. Durante a audiência de custódia, ela foi liberada pela juíza, que considerou a narrativa do auto de prisão em flagrante “confusa” e “mal redigida” pela Polícia Militar.
Segundo apuração da TV Anhanguera, a suspeita foi liberada, mas com medidas cautelares a serem cumpridas. Entre elas, estava o comparecimento a todos os atos do processo, o que não aconteceu. Com isso, a Justiça decretou a prisão preventiva da suspeita. Foi então que Thalita foi presa no lugar da irmã.
> “Cheguei com minha menina da escola e eles já me prenderam. Falaram que tinha um mandado de prisão com meu nome. Eu disse que não era eu, mas eles já foram me encostando. Fiquei sem ação, sem chão, na frente da minha filha”, relatou Thalita.
Thalita ficou presa por cinco dias no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, conforme a TV Anhanguera. “Eu só queria chorar, só queria morrer, só queria sair desesperada. Deus me livre. Só Deus que me conformou”, desabafou a dona de casa.
A DE entrou em contato com a Polícia Civil, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
No documento de audiência de custódia de Thalita, o juiz Leonardo de Camargos Martins menciona que analisou as imagens da primeira audiência de custódia e constatou que não era mesma pessoa. “Tratam-se claramente de pessoas distintas”, disse. Um laudo apontou que a digital coletada no dia do flagrante não era de Thalita. A defesa da dona de casa afirmou que o caso foi um erro grave.
> “Uma vida foi afetada. A Thalita nunca mais vai ser a mesma. Sem ter cometido crime, sem nada, ela foi acusada e presa injustamente. Com certeza, ela precisa ser reparada por isso”, declarou o advogado Leonardo Kennedy.