Assassino ameaçou denunciar filha e genro de fazendeiro que mandaram matá-lo por herança de R$ 3 milhões: ‘Me paga ou vai para a cadeia’, diz polícia
Suspeito cobrou R$ 20 mil para matar o homem e não recebeu pelo crime. Filha é única herdeira.
Prints mostram conversa de genro de fazendeiro assassinado e executor do crime, segundo a PC — Foto: Divulgação/Polícia Civil
O assassino que denunciou a filha e o genro de fazendeiro por mandar matá-lo para receber herança de R$ 3 milhões [https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2024/12/21/filha-e-presa-suspeita-de-mandar-matar-o-pai-com-ajuda-do-marido-para-ficar-com-heranca-avaliada-em-r-3-milhoes.ghtml] ameaçou o casal de ir para a cadeia. Ele disse que os denunciaria à polícia caso não pagassem o que prometeram ao encomendar o homicídio, de acordo com imagens enviadas pela Polícia Civil. “Acho bom não me bloquear de novo, tá bom? Ou me paga ou vai todo mundo para a cadeia, beleza?”, escreveu o suspeito (veja prints acima).
O fazendeiro foi morto com dois tiros em uma emboscada no dia 1º de abril, na zona rural de Campinorte (GO). O genro e a filha dele são suspeitos de ordenar a execução para ficar com a herança, já que a mulher é a única herdeira do homem morto.
A ameaça de denunciar o casal à polícia aconteceu pelo Instagram. O suposto mandante do crime pediu para que o executor o chamasse para conversar pelo WhatsApp, onde as ameaças continuaram. “Acho bom cumprir o combinado”, escreveu o suposto assassino.
O genro do fazendeiro chegou a perguntar ao homem “quanto você quer?”. E o homem disse que queria receber os R$ 20 mil combinados, quando o crime foi encomendando. O executor até sugeriu parcelar a dívida: “Você manda R$ 6 [mil] essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 mês que vem e R$ 7 no outro mês”.
O homem concordou com o parcelamento, mas depois pediu para o executor esperar. “Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para cima de mim”, completou o genro do fazendeiro.
O marido da suspeita concordou com o parcelamento, mas depois pediu para o executor esperar. “Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para cima de mim”, completou o marido.
O executor denunciou o casal, que foi preso no dia 20 de dezembro, em Campos Verdes, no norte de Goiás. O assassino está foragido.
“Ele fez um número falso e os denunciou ‘anonimamente’ para polícia. Com fotos, vídeos e print da negociação”, explicou o delegado Peterson Amin.
A Defensoria Pública informou que representou o casal suspeito de encomendar o crime durante a audiência de custódia, cumprindo o dever legal, mas não comentará o caso. Como a DPE-GO não está presente permanentemente na comarca, será desabilitada do processo, cabendo aos acusados constituírem defesa ou à Justiça nomear um defensor. O de não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos até a última atualização desta reportagem.
A filha afirmou à polícia que o marido foi o responsável por organizar o crime e alegou que não o denunciou por medo, segundo o delegado Peterson Amin. O investigador, no entanto, disse que não acredita na versão apresentada pela mulher e afirma que ela também está envolvida no crime. O marido dela ficou calado durante o depoimento.