A Arte Santeira em Madeira do Piauí e a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, em Teresina (PI), foram reconhecidas porquê Patrimônio Cultural do Brasil nesta segunda-feira(11), durante a 106ª Reunião do Recomendação Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Vernáculo (Iphan).
Com a decisão, a Arte Santeira em Madeira do Piauí será inscrita no Livro das Formas de Sentença e a Igreja Nossa Senhora de Lourdes será inscrita no Livro do Trambolhão das Belas Artes, Livro do Trambolhão Histórico e Livro do Trambolhão Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. Esta é a primeira vez que o Iphan realiza o registro simultâneo de um muito incorpóreo e o tombamento de uma instituição e seu pilha.
Construída entre as décadas 60 e 70, a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes possui instituição que engloba uma tentativa de aproximação entre a Igreja Católica e a população. Em razão da aproximação com as classes trabalhadoras ela ficou conhecida porquê Igreja Vermelha.
A igreja recebeu tombamento provisório em 2011, e a proteção, agora definitiva, compreende seu pilha de bens móveis e integrados, assim porquê a poligonal de entorno. Agora, o reconhecimento inclui no inventário outros bens móveis, porquê um ambão, os bancos e genuflexórios, o revestimento, a gruta de pedra e o Sacrário com moldura e base em madeira.
Em seu parecer, o mentor José Reginaldo Gonçalves, destacou que a igreja é conhecida localmente, porque possui possante sonância na comunidade dos artistas santeiros do Piauí. “A igreja foi construída segundo pressupostos da Teologia da Libertação, para a qual a ênfase deveria estar em igrejas simples, despojadas e ao alcance do povo mais pobre. A arte em madeira é simbólica e socialmente secção inseparável desse oração”, explicou.
Além desse vestimenta, o pilha de obras que se abriga na igreja possui valor não exclusivamente estético, mas principalmente social e religioso. “É secção de seus mitos de origem [da Arte Santeira]. Constitui-se num lugar de memória, altamente significativo para a memória coletiva e para a autopercepção dos artistas enquanto uma cultura”, afirmou.
Arte Santeira
A Arte Santeira em Madeira do Piauí é uma revelação plástica que utiliza a madeira porquê matéria-prima para o entalhe de esculturas tridimensionais, oratórios, painéis e outras peças de mobiliário, com a produção de peças únicas que expõem referências religiosas, da natureza, de paisagens locais e do modo de vida da população.
O processo teve início em 2008 quando Rabino Expedido entregou ao Iphan o pedido de registro – com 20 assinaturas, solicitando reconhecimento do Ofício e Modos de Fazer Arte Santeira do Piauí porquê Patrimônio Cultural do Brasil.
Em 2011, o processo foi reconhecido no Inventário Vernáculo de Referências Culturais (INRC), realizado pelo próprio Iphan. Em 2019, foram realizados pesquisa de campo e eventos de justificação sobre o registro e tombamento da igreja junto às comunidades detentoras em Teresina e Parnaíba. Os debates e resultados dos eventos foram incorporados ao dossiê de registro.
Além da capital, Teresina, a Arte Santeira em Madeira do Piauí se destaca também nas cidades de Parnaíba, Campo Maior, Pedro II e José de Freitas. Hoje, o estado reúne murado de 50 santeiros em atividade.
Cada santeiro define um estilo próprio, por isso, não há uma padronização da produção O entalhe de personagens sagradas e profanas carrega referenciais visuais ligados ao áspero piauiense, tendo carnaúbas, bacuraus, mandacarus e outros elementos da fauna e flora porquê motivos decorativos.
“Os santeiros reivindicam com veemência sua singularidade artística, a marca individual embutida em cada uma das peças, que, para eles, nunca se repetem”, destaca o dossiê de reconhecimento da Arte Santeira. “Não se trata, com efeito, de uma arte ligada a processos de reprodutibilidade técnica, mas de uma produção com especificidades estilísticas apreciadas por um público de dentro e de fora do estado.”
O Iphan destacou que posteriormente o registro da Arte Santeira em Madeira do Piauí porquê Patrimônio Cultural do Brasil, será elaborado o Projecto de Salvaguarda, documento norteador para a formulação de políticas públicas que garantam a sustentabilidade do muito cultural que envolve a participação social dos santeiros e de instituições parceiras.
