Servidor público com salário de R$ 10 mil é investigado por desviar dinheiro da Prefeitura de Cidade Ocidental para pagar mansão, viagens e até casamento de luxo
Durante a primeira fase da investigação, o prefeito do município foi afastado do cargo. Desembargadora listou novos ‘indicativos’ de desvio de dinheiro pelos suspeitos.
PF faz operação contra corrupção na Prefeitura de Cidade Ocidental
A ex-pregoeiro e ex-secretário municipal da Prefeitura de Cidade Ocidental, no entorno de Brasília, é investigado por desviar dinheiro do município para pagar mansão, viagens e até casamento de luxo. Na prefeitura, segundo o portal da transparência, o salário do servidor era de mais de R$ 10 mil, o que seria incompatível com a movimentação financeira, segundo a investigação. A Operação Ypervoli cumpre 16 mandados de busca e apreensão em Goiás e no Distrito Federal, que foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em continuação a investigação iniciada em setembro deste ano, quando foi preso o ex-secretário e afastado o prefeito Fábio Correa (PP) do cargo, por quase dois meses.
Além dessas medidas, durante as investigações de suposta corrupção na prefeitura, a desembargadora federal Solange Salgado da Silva determinou o afastamento do ex-secretário, o advogado Gabriel Paixão Ribas, do então secretário de Educação, Anderson Luciano de Carvalho, e do supervisor escolar, Rafael de Lima Silva.
O DE não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos até a última atualização desta reportagem.
O DE tentou contato com o prefeito Fábio Correa, com a Prefeitura de Cidade Ocidental e com a Ordem dos Advogados do Distrito Federal (OAB-DF), para que pudessem se manifestar sobre o assunto, e aguarda posicionamentos.
De acordo com o TRF1, o ex-secretário Gabriel Paixão adquiriu um veículo avaliado em R$ 350 mil, que pertencia a um dono de uma empresa que mantinha contratos com a Prefeitura de Cidade Ocidental. Segundo o documento, os procedimentos licitatórios foram feitos pelo próprio Gabriel.
Ainda no documento, a masgistrada ressaltou que o ex-secretário e ex-pregoeiro comprou uma casa no valor de 1,6 milhão, “sendo a maior parte destes recursos repassada por empresas contratadas” também pelo município. Anteriormente, a Justiça revogou o mandado de prisão preventiva contra Gabriel.
No entanto, a desembargadora Solange Salgado frisou que nesta nova fase da investigação há “indicativos de ilicitudes que vão além daquelas tratadas” antes. “Isso porque, essa fase da apuração trata da malversação de recursos públicos envolvendo valores bem maiores do que os identificados no início da investigação, sobretudo os recursos destinados ao transporte escolar e a locação de veículos, mediante aditamentos e superfaturamento de contratos, muitos deles homologados pelos ex-secretários municipais”, destacou a juíza.
Além de Gabriel, são citados nesta fase, outros dois ex-secretários. Conforme as investigações, sócios de mais duas empresas estariam envolvidos no esquema. A suspeita é que os donos dessas empresas, que tinham contratos com a prefeitura de Cidade Ocidental, pagaram pela compra de uma casa para o ex-secretário Gabriel, em Vicente Pires, no DF, e bancaram as despesas do casamento dele ocorrido em agosto deste ano, na Bahia.