Na cozinha, fumando e até no banheiro: veja como instrutores suspeitos de forjarem aulas as validavam
O registro de presença nas aulas práticas é facial e digital no local onde são
feitas as provas. Mais de 30 instrutores estão sendo investigados.
1 de 1 Instrutores registraram aulas práticas tirando foto na cozinha, fumando e
até no banheiro, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Instrutores registraram aulas práticas tirando foto na cozinha, fumando e até no
banheiro, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Os instrutores suspeitos de forjarem as aulas práticas de motocicletas que
acontecem no Detran-Goiás faziam a abertura e o fechamento das aulas de maneira
remota para fraudar aulas inexistentes. Segundo a investigação, os instrutores
tiravam fotos da sala de casa, sem camisa, do banheiro, fumando, dentro de carro
e até com foto em outro aparelho de celular.
Segundo a investigação, os 30 instrutores que forjaram as aulas tiveram o
credenciamento suspenso, por tempo indeterminado, na sexta-feira (21) e mais 5 instrutores estão sendo investigados.
Em nota, o Detran explicou que as aulas práticas de motocicleta pelas
autoescolas credenciadas podem ser realizadas por meio de biometria digital ou
biometria facial do instrutor e do aluno. No entanto, apesar do registro ser
digital, era necessário estar presente no local de realização dos exames para
ocorrerem as aulas práticas.
INVESTIGAÇÃO
Confira fala do presidente do Detran sobre instrutores suspensos por fraude
Segundo o presidente do Detran, Waldir Soares, a investigação começou há 5
meses. “Nós monitoramos os registros, são cerca de 5 mil aulas por dia, e os
instrutores abriam dezenas de aulas ao mesmo tempo”, disse.
Em nota, o órgão apontou que as irregularidades aconteciam em autoescolas nos
municípios de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Caldas Novas, Formosa, Hidrolândia, Trindade e Alexânia.
De acordo com Waldir, o aluno precisa ter no mínimo 20 aulas práticas para fazer
a prova. Ele lembrou da gravidade do caso por ser todos instrutores de
motocicletas. “As fraudes foram das aulas práticas de motocicletas, o que torna
o caso mais grave considerando que o maior índice de acidente são de
motociclistas”, disse.