Se tensores utilizavam certificados falsos para obter recompensas financeiras em seus salários e benefícios nas prefeituras de diversas localidades do Brasil, conforme revelado pelo Ministério Público. Em Perolândia, por exemplo, a apresentação de um diploma com pelo menos 180 horas de curso poderia garantir um aumento na remuneração dos servidores. Contudo, a investigação conduzida pelo MP demonstrou que esses certificados eram provenientes de cursos inexistentes.
A promotora Gabriella de Queiroz Clementino, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), explicou que a fraude envolvendo a venda de diplomas falsos resultou na detenção de quatro indivíduos em Minas Gerais. De acordo com as informações fornecidas à TV Anhanguera, os servidores públicos utilizavam esses diplomas para obter gratificações e aumentar seus vencimentos.
O caso veio à tona após 67 entre os 114 funcionários da Prefeitura de Perolândia apresentarem certificados de cursos online, conforme reportagem do Fantástico. A situação despertou suspeitas em dois servidores, que mencionaram a quantidade incomum de diplomas emitidos pela mesma instituição de ensino. A venda desses documentos fraudulentos representa um risco não só para a integridade dos profissionais, mas também para a sociedade em geral.
Diante da gravidade da situação, a prefeita de Perolândia, Grete Balz, anunciou a suspensão do pagamento das gratificações. Enquanto isso, a defesa dos indivíduos detidos argumentou que as escolas envolvidas não cometeram qualquer crime e direcionou a responsabilidade para os estudantes e entidades que reconhecem esses certificados como legítimos. O G1 procurou o advogado que representa os acusados para obter uma declaração atualizada sobre o desenrolar do caso, porém não obteve retorno até a última atualização deste conteúdo.
A investigação conduzida pelo Ministério Público evidenciou que duas instituições de ensino ofereciam cursos online com certificados emitidos após poucos minutos de supostas aulas, ilustrando a fragilidade do sistema. O promotor Fabrício Lamas expressou preocupação com a presença de profissionais não qualificados atuando na área da saúde devido a diplomas fraudulentos. O Fantástico acompanhou de perto o processo de matrícula e conclusão de cursos fictícios realizados por um agente infiltrado.
Além dos cursos online, a investigação também apontou para a existência de um esquema de falsificação de certificados e carteirinhas de estudante, vendidos em todo o território nacional. A venda desses documentos falsos reflete um cenário preocupante que compromete a credibilidade e integridade de profissões e serviços essenciais.
O MP-GO segue diligente na apuração do caso e planeja encaminhar os certificados e carteirinhas apreendidos para os Ministérios Públicos estaduais, a fim de dar continuidade às investigações e garantir a justa punição dos responsáveis por essa fraude que coloca em risco a confiança da sociedade nos serviços públicos e na formação acadêmica legítima. Ações como essas reforçam a importância da fiscalização e da transparência no combate à corrupção e à falsificação de documentos em instituições de ensino e órgãos públicos em todo o país.