Morte encomendada, emboscada e ameaças: veja os principais pontos do caso em que filha é suspeita de mandar matar o pai por herança de R$ 3 milhões
Mulher e marido foram presos. Eles chegaram a vender bens e comprar carro após a morte de fazendeiro.
Delegado conta que filha que encomendou morte do pai vendeu bens e trocou de carro
A Polícia Civil mantém presos a filha e o genro suspeito de mandar matar o pai fazendeiro para ficar com uma herança avaliada em cerca de R$ 3 milhões. O caso é investigado há oito meses e a morte foi encomendada, de acordo com a PC. O homem foi morto numa emboscada e a mulher e seu marido foram ameaçados pelo assassino por não pagarem o valor combinado pela execução.
O crime foi cometido em 1º de abril, na zona rural de Campinorte, no sul de Goiás. O casal foi preso no dia 20 de dezembro. Veja a seguir os principais pontos do caso.
MORTE ENCOMENDADA
De acordo com a polícia, a filha e o genro do homem contrataram um executor pelo valor de R$ 20 mil. O assassino contratou outros dois comparsas para cometer o crime, informou a PC.
Depois de presa, a filha afirmou à polícia que o marido foi o único mandante do crime, segundo o delegado Peterson Amin. Ela alegou que não o denunciou por medo, mas a polícia acredita que ela também tem participação no crime e, por isso, representou pela prisão da mesma. O homem permaneceu em silêncio durante o depoimento, de acordo com a PC.
Conforme conversas divulgadas pela polícia, o executor e o marido da suspeita acertaram o valor a ser pago pelo crime “no meio do mato”.
Peterson afirmou que o casal foi preso por homicídio duplamente qualificado “pela emboscada e mediante a promessa de pagamento”.
EMBOSCADA
De acordo com a Polícia Civil, o fazendeiro foi morto em uma emboscada, enquanto pilotava uma moto, numa estrada vicinal, em Campinorte.
As investigações apontaram que a vítima foi abordada por três homens e atingida por dois tiros.
AMEAÇAS
O assassino do fazendeiro ameaçou entregar o casal para a polícia, depois de não receber os R$ 20 mil combinados pelo crime, de acordo com a PC.
O criminoso chegou a oferecer parcelar a dívida em três vezes: “Você manda R$ 6 [mil] essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 mês que vem e R$ 7 no outro mês”, disse o executor.
O marido da suspeita concordou com o parcelamento, mas depois pediu para o executor esperar. “Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para cima de mim”, completou o marido.
O assassino cumpriu a ameaça e denunciou o caso à polícia. “Ele fez um número falso e os denunciou ‘anonimamente’ para polícia. Com fotos, vídeos e print da negociação”, explicou o delegado.