Feirante que morreu após ter carro atingido por BMW ia encontrar mãe que estava chegando de viagem, diz tia
Batida aconteceu no dia do aniversário da mãe de Rivaldo Amaral, que chegava da Bahia e ia se encontrar com o filho. Motorista da BMW pagou fiança de R$ 10 mil e a defesa dele disse que ele está ‘assustado com a situação’.
1 de 2 Rivaldo Amaral, que morreu após ficar em estado grave em acidente — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Rivaldo Amaral, que morreu após ficar em estado grave em acidente — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O feirante Rivaldo Amaral, de 29 anos, que morreu depois de ter o carro atingido por uma BMW em Goiânia, estava indo para casa quando o acidente aconteceu, segundo a tia, Eliane Pereira. A mulher detalhou que a batida aconteceu no dia do aniversário da mãe de Rivaldo, que chegava da Bahia para almoçar com o filho.
> “Ele estava indo para casa. Disse que ia fazer o almoço para a mãe dele. Estava esperando ela chegar da Bahia. No dia do aniversário da mãe dele que aconteceu o acidente. Veio essa pessoa e acaba com a vida, com a estrutura de uma família”, revelou Eliane Pereira.
O acidente aconteceu no dia do Natal, em 25 de dezembro de 2024, na Avenida Marechal Rondon. Rivaldo ficou internado por 10 dias após o acidente, mas não resistiu aos ferimentos. O colombiano Cristhian Andres Gonzalez Jimenez era quem dirigia a BMW no momento do acidente. Ele chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto após pagar uma fiança de R$ 10 mil determinada pela Justiça.
A defesa de Cristhian Andres disse que ele nunca respondeu qualquer processo e está muito assustado com toda situação. Com a morte da vítima, o colombiano deve ser autuado por praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor.
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ACIDENTE
Vídeo mostra momento de acidente que deixou feirante em estado grave
Um vídeo, registrado por câmera de segurança, mostra o momento do acidente que deixou Rivaldo gravemente ferido (veja acima). Na ocasião, o feirante estava voltando da feira onde trabalhava com o pai. Rivaldo foi resgatado com sinais de politraumatismo, inconsciente e encaminhado ao Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), mas não resistiu e morreu.
Com o acidente, o colombiano que dirigia a BMW sofreu apenas escoriações leves. No veículo, havia uma mulher no banco do passageiro, que ficou presa entre as ferragens e foi resgatada. Segundo a Polícia Militar, o estrangeiro se negou a fazer o teste do bafômetro durante o atendimento da ocorrência, confessou aos agentes que bebeu antes da batida.
O Corpo de Bombeiros informou que a batida ocorreu quando o veículo de luxo tentava desviar de um carro que estava parado na avenida. Na ocasião, ele entrou na contramão e bateu contra o carro de Rivaldo. O carro de Rivaldo chegou a pegar fogo, mas as chamas foram contidas.
CRÍTICAS DA PROMOTORIA
2 de 2 Cristhian Andres Gonzalez Jimenez, motorista da BMW que atingiu o carro do feirante Rivaldo Amaral, em Goiânia — Foto: Reprodução / TV Anhanguera
Cristhian Andres Gonzalez Jimenez, motorista da BMW que atingiu o carro do feirante Rivaldo Amaral, em Goiânia — Foto: Reprodução / TV Anhanguera
Durante a audiência de custódia de Cristhian Andres Gonzalez Jimenez, suspeito de causar o acidente, o promotor de Justiça Diego Henrique Siqueira Ferreira criticou a atuação das polícias Civil e Militar na ocorrência. Ele pontuou a falta de informações importantes no boletim de ocorrência feito pelos agentes.
Um exemplo é que, em entrevista à TV Anhanguera, a Polícia Militar afirmou que o suspeito confessou ter bebido antes do acidente, mas essa informação não constava no relato policial. Isso foi criticado pelo promotor.
“Onde ele assumiu? Não sei! Pelos autos, não tem. O exame foi feito quase 5h depois do acidente”, disse o promotor durante a audiência.
Já sobre a gravidade do acidente, no relato policial, ao qual o DE teve acesso, a PM classificou como “danos materiais de pequena monta”. Sobre isso, o promotor criticou a forma como foi descrito e comparou com as imagens do acidente.
“A gente vê o estado do gol (veículo). Esse é o dano de pequena monta mencionado na ocorrência. Se isso for de pequena monta, quero passar distante de um dano de grande monta”, afirmou o promotor.
O promotor de Justiça fez ainda críticas à ausência da Delegacia de Crimes de Trânsito (Dict), da Polícia Civil, no local onde aconteceu o acidente.
“Foi informado que a delegada Caroline Paim determinou que as equipes dessa delegacia somente se deslocarão em acidentes de trânsito quando houver vítima fatal. Isso é gravíssimo, excelência. Inicialmente, para a apuração, não tem como a gente antever se uma pessoa vai morrer ou não”, disse o promotor ao juiz.
Em nota, a PM afirmou que segue colaborando com as autoridades competentes para a elucidação dos fatos. Disse ainda que um procedimento administrativo foi aberto para apurar a conduta dos policiais envolvidos na ocorrência. Já a Polícia Civil disse ao que “não compete à PCGO comentar críticas do Ministério Público”.