Encruzilhada é o intercepção de ruas, estradas e caminhos. Para as religiões de matriz africana, é nas encruzilhadas que os caminhos materiais e não materiais são abertos ou fechados. Onde se estabelece a informação entre o visível e o invisível. Usando a força desta vocábulo, a exposição Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira é um invitação a saber percursos da produção de artistas negros no Brasil, mostrando que “A arte contemporânea é negra”- porquê afirma a obra de Elian Almeida, que está entre os artistas da mostra.
A exposição será inaugurada no Núcleo Cultural Banco do Brasil (CCBB) Rio de Janeiro no sábado (16) e poderá ser conferida até 17 de fevereiro de 2025. A ingressão é gratuita. A exposição é composta por mais de 140 obras de 62 artistas brasileiros. Doze deles nasceram ou vivem no Rio de Janeiro.
Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira já passou pelos Centros Culturais do Banco do Brasil em São Paulo e Belo Horizonte e foi vista por mais de 300 milénio pessoas.
A mostra chega ao Rio durante a realização dos encontros do G20 Social e pretende proporcionar ao público pátrio e internacional o contato com a arte brasileira.
“A gente teve, durante muito tempo, essa imagem da pessoa negra sendo retratada, sendo pintada, fotografada, registrada, pelo olhar, pela ótica da pessoa branca, inclusive do artista branco”, diz o curador da exposição, Deri Andrade.
A exposição vem mostrar a taxa negra para a arte, destacando que ela vem desde a estação do Poderio e segue até a contemporaneidade.
Andrade explica que a exposição é um desdobramento do Projeto Afro, em desenvolvimento desde 2016 e lançado em 2020, que hoje reúne tapume de 400 artistas catalogados na plataforma. São nomes que abarcam um vasto período da produção artística no Brasil, do século 19 até os contemporâneos, nascidos nos anos 2000.
Além de reunir obras tanto já conhecidas quanto raras de grandes nomes da arte, a exposição traz também obras encomendadas exclusivamente para a mostra. “A exposição, além de trazer um contexto e uma abrangência pátrio dessa arte produzida por artistas negros de todas as regiões do Brasil, traz também um contexto temporal. A gente consegue perceber que esses artistas estão produzindo há muito tempo, sempre estiveram presentes. Cá na exposição, isso fica muito marcado, nessas maneiras, nesses caminhos, nessas encruzilhadas”, diz o curador.
O público terá entrada ainda a obras interativas, porquê a de Elidayana Alexandrino. “Ela desenvolve uma pesquisa que recolhe várias imagens de próprias referências de história da arte e aí ela propõe que o público crie suas próprias curadorias, digamos assim. Estas imagens ficam todas espalhadas pela mesa e ela convida o público a interagir a fabricar aproximações entre essas imagens, a fabricar colagens”, diz Andrade.
A fenda, no dia 16, contará com uma programação privativo. Às 16h o Terreiro de Crioulo se apresenta, gratuitamente, no térreo do Núcleo Cultural. A ingressão é livre, mas haverá emissão de ingressos, disponibilizados na bilheteria do dedo e no site do CCBB. Às 14h, o público poderá conferir a performance Do Que São Feitos os Muros, de Davi Cavalcante. O artista construirá um muro, com tijolos que trazem diversas palavras.
“Esse trabalho se inicia em 2020, em um momento pandêmico, pensando nesses muros dentro de vivenda”, conta Cavalcanti. “A gente passou para o São Paulo por Belo Horizonte e agora estamos no Rio e eu acho muito simbólico, nesse momento em que muitas nações estão se encontrando cá no Rio para pensar, falar sobre variação, sobre política, sobre porquê é que a gente pode pensar o mundo, pensar o nosso horizonte. Erguer um muro cá para falar um pouco, refletir sobre esse lugar de separação e tensionar o diálogo sobre porquê a gente pode se aproximar e derrubar esses muros depois”.
No dia 16, a exposição estará oportunidade ao público já a partir das 9h e as galerias permanecerão abertas durante todo o dia. Nos demais dias de mostra, as visitas seguem o horário de funcionamento do CCBB, de quarta a segunda, de 9h às 20h.