Um ex-gerente financeiro de uma empresa de consultoria ambiental em Goiânia foi condenado pela Justiça de Goiás por desviar mais de R$ 200 mil do local onde trabalhava e dos sócios. De acordo com a decisão do Tribunal de Justiça de Goiás, o funcionário utilizou os cartões de crédito da empresa e do sócio para realizar compras pessoais, o que configurou desvio de verba. A sentença foi proferida em primeira e segunda instância, não cabendo mais recurso na esfera criminal.
O homem, que ocupava o cargo de gerente administrativo-financeiro desde 2018, teve acesso a notas fiscais, faturas de cartões e informações sobre o quadro de funcionários. Além das responsabilidades relacionadas a contratos, contas a pagar e receber, negociações bancárias e pagamentos diversos, ele também concedeu benefícios da empresa a funcionários sem autorização. A situação levou à sua demissão em 2022, quando os desvios foram descobertos.
Segundo consta na sentença, o sócio da empresa teria disponibilizado as senhas dos cartões para uso em situações emergenciais e mediante autorização prévia. No entanto, o ex-gerente utilizou os cartões para realizar compras pessoais, desrespeitando os termos estabelecidos. Ele admitiu parte das compras, alegando que o sócio tinha conhecimento dos gastos e que teria recebido um valor de R$ 63.000,00 como presente para a compra de materiais de construção.
A condenação foi resultado do crime de apropriação indébita em razão do ofício, emprego ou profissão, caracterizado como conduta delituosa e maliciosa por parte do ex-gerente. O juiz Liciomar Fernandes da Silva, da 4ª Vara Criminal dos Crimes Punidos com Reclusão e Detenção, determinou que o réu ressarça o valor desviado, totalizando R$ 208.550,93, como indenização pelos danos materiais causados. O processo trabalhista ainda permite recurso por parte do condenado.
Todo o caso, desde a contratação do ex-gerente até a sua condenação, foi marcado pela violação da confiança depositada pela empresa e pelo sócio. Os advogados da empresa conseguiram comprovar as compras indevidas por meio de notas fiscais e extratos de cartão, evidenciando gastos com materiais de construção e despesas pessoais em bares e casas noturnas. A repercussão do caso foi significativa, sendo divulgada somente após a sentença definitiva em outubro de 2024.
Essa situação de desvio de verba em empresas não é um caso isolado em Goiás, conforme indicam outras notícias de corrupção e desvio de dinheiro público na região. A atuação da Justiça e das autoridades responsáveis pela fiscalização e combate à corrupção se faz necessária para garantir a transparência e integridade no ambiente corporativo e governamental. A condenação do ex-gerente demonstra a seriedade com que casos de desvio de verba são tratados, visando a reparação dos danos causados e a punição dos responsáveis.