Dona de creche que causou morte de menino ao esquecê-lo dentro de carro tem prisão convertida em domiciliar, decide Justiça
A Justiça optou por converter a prisão da dona de creche em domiciliar considerando que ela é ré primária e que o crime foi cometido sem violência. A empresária só pode sair de casa quando intimada por autoridade judicial.
A dona da creche que causou a morte de um menino em Nerópólis, Goiás, teve sua prisão preventiva convertida em domiciliar. Salomão Rodrigues Faustino, de 2 anos, foi deixado dentro do carro por quatro horas em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia.
Além da prisão domiciliar, a decisão judicial estabeleceu medidas cautelares. Flaviane Lima só pode sair de casa para comparecer em Juízo ou quando intimada por autoridade judicial. Ela também deve manter seu endereço atualizado e não pode mudar de residência para outra cidade.
A Justiça levou em consideração que a dona da creche é ré primária, o crime não envolveu violência ou grave ameaça, e que ela tem dois filhos menores, um deles com menos de 2 anos e que ainda é amamentado pela mãe.
A defesa de Flaviane, feita pelo advogado Gildo Franks, solicitou a conversão da preventiva em domiciliar, argumentando que ela é genitora de crianças menores de 12 anos. A defesa se manifestará sobre o caso após a conclusão do inquérito.
No depoimento, a dona da creche relatou que tentou reanimar o menino após notar que o havia esquecido por quatro horas dentro do carro. Ela afirmou que só percebeu a situação quando foi para casa e notou a presença da criança no veículo.
Entretanto, os pais de Salomão contestam a versão da empresária. A mãe, Giselle Rodrigues, declarou que o filho não estava dormindo dentro do carro e que ele estava acordado. Ela afirma que o menino dormiu até quase meio-dia no dia em que foi esquecido no veículo.
Os pais do menino passaram por momentos difíceis e de choque ao descobrir a situação do filho no hospital. O pai, Vilmar Faustino, recebeu uma ligação pedindo para ir ao hospital, sem saber a gravidade da situação. Ao chegar, descobriu que a equipe médica tentava reanimar o filho, que infelizmente não resistiu.
A tragédia comoveu a cidade de Nerópólis e levantou debates sobre a segurança e responsabilidade no cuidado de crianças em creches. O caso ainda está em investigação pela Polícia Civil, e novas informações poderão surgir à medida que o inquérito avançar. Acompanhe as notícias sobre o caso em Goiás.