Na safra 2022/2023, o Brasil produziu murado de 323 milhões de toneladas de grãos, volume 18% maior do que no ciclo anterior. O resultado contribuiu para que o Resultado Interno Bruto (PIB) da agropecuária registrasse propagação de 15,1%, muito supra da subida da indústria (1,6%) e do setor de serviços (2,4%).
Segundo o Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística (IBGE), a subida na agropecuária decorreu mormente do propagação da produção e do proveito de produtividade. A soja (27,1%) e o milho (19,0%) bateram recordes de produção na série histórica. Essas culturas têm entre seus principais produtores os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Contrariando expectativas positivas, as capitais desses três estados apresentam indicadores sociais que contrastam com a pujança econômica capitaneada pelo agronegócio. Campo Grande, Cuiabá e Goiânia têm PIB per capita aquém do indicador vernáculo (R$ 50.193,72).
Na terceira dez do século 21, nenhuma das três capitais atingiu a universalização do esgotamento sanitário. Todas estão longe de liderar os índices de escolarização e de ter as menores taxas de mortalidade infantil, conforme dados da plataforma Cidades e Estados do Brasil, mantida pelo IBGE.
Indicadores
Campo Grande, a 17ª cidade brasileira mais populosa, ocupa o 3.412º lugar em salário médio entre 5.570 localidades. Há mais de 2.060 cidades brasileiras com melhores percentuais de escolarização entre crianças e adolescentes (6 a 14 anos) do que os da capital sul-mato-grossense e quase 2,9 milénio municípios com taxas menores de mortalidade infantil (10,69 em milénio nascidos vivos).
De conciliação com o IBGE, 58,7% dos domicílios campo-grandenses têm tratamento de esgoto (oferecido de 2010). Segundo o Sistema Vernáculo de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades, o “atendimento totalidade” dos serviços de esgotamento atinge 86,24% dos domicílios do município (oferecido de 2022).
Cuiabá, a 31ª cidade com maior população no país, está no 4.692º lugar na escolarização das pessoas da tira etária correspondente ao ensino fundamental. A capital de Mato Grosso é ultrapassada por mais de 3.380 cidades em taxas de mortalidade infantil (13,63 em milénio nascidos vivos). Um quinto dos domicílios não tem tratamento de esgoto.
Décima cidade mais populosa do Brasil, Goiânia é a 4.281ª localidade na escolarização de crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. A sede dos Poderes de Goiás tem murado de um quarto dos seus domicílios sem esgoto sanitário, e a taxa de mortalidade (10,17 em milénio nascidos vivos) é pior do que a de mais de 2,5 milénio cidades brasileiras.
Disparidades brasileiras
Para o coordenador-geral do Programa Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, os indicadores supra assinalam a “disparidade” entre as condições dessas capitais da Região Meio-Oeste para enfrentar seus problemas e adotar políticas públicas efetivas.
“São cidades ricas no sentido de terem recursos e capacidade para estruturarem serviços. Muito maior do que a quase totalidade das cidades brasileiras”, pontua Abrahão.
Ele avalia que as três cidades “concentraram um intensidade de desenvolvimento, por conta do agronegócio, bastante ressaltado nos últimos tempos, mas reproduzem o protótipo que acontece no país.”
Em um estudo para as eleições municipais deste ano, o Instituto Cidades Sustentáveis compilou outros indicadores socioeconômicos para mostrar, a eleitores e candidatos a prefeito e vereador, grandes desafios para gerir cidades brasileiras – porquê violência, violações de direitos humanos e emissão de gás carbônico (dióxido de carbono – CO2).
Mortes de negros e indígenas
Em Campo Grande, Cuiabá e Goiânia, jovens negros e indígenas do sexo masculino (15 a 29 anos) morrem mais assassinados do que rapazes e adultos brancos e amarelos. Em Cuiabá, a taxa de homicídios é de 10,13 jovens pretos, pardos e indígenas por 100 milénio habitantes – dez vezes supra da taxa de brancos e amarelos (0,95).
A diferença das taxas de homicídio dos diferentes grupos populacionais repercute na idade média ao morrer. Em Goiânia, brancos e amarelos morrem em média com 71,3 anos – 7,4 anos a mais que negros e indígenas, que em média morrem com 64,2 anos.
Além das discrepâncias raciais, o Instituto Cidades Sustentáveis também verifica desigualdades de sexo/gênero. Nas três capitais do Meio-Oeste, os homens ganham mais que as mulheres. Em Goiânia, a diferença de rendimentos é de 28,03%. Em Cuiabá, de 22,9% e em Campo Grande, de 18,95%.
Nas três cidades, também é diminuta a participação de mulheres no comando das secretarias municipais. Em Campo Grande, as mulheres ocupam 38,5% das secretarias municipais. Em Cuiabá, esse percentual é de 29,4%. Em Goiânia, a proporção é ainda menor: 17,7%.
Participação
Um ponto positivo é que as três cidades implantam a maioria das políticas de participação e promoção de direitos humanos com a instalação de conselhos recomendados em lei porquê os conselhos tutelares e conselhos para a promoção de direitos humanos, dos direitos da gaiato, dos direitos de pessoa idosa; direitos de pessoa com deficiência; direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais; direitos de paridade racial ou recomendação municipal dos povos e comunidades tradicionais. Cuiabá implantou 85,7% dessas instâncias participativas, enquanto Campo Grande e Goiânia têm 71,4% desses conselhos em funcionamento.
Por término, o Instituto Cidades Sustentáveis observa baixa capacidade de gestão de riscos e prevenção aos eventos climáticos nas três capitais do Meio-Oeste. Nenhuma das cidades alcança a metade de estratégias recomendadas para planejamento e gerenciamento de riscos porquê de desastres decorrentes de enchentes, inundações graduais, enxurradas, inundações bruscas, escorregamentos ou deslizamento de encostas.
Se faltam planejamento e gerenciamento de risco na temporada de chuvas, os municípios podem tolerar com a seca e as queimadas no bioma Denso que favorecem a emissão de CO2. Cuiabá e Campo Grande estão entre as quatro cidades brasileiras com maiores emissões líquidas de gás carbônico: 3,81 toneladas por habitante na capital de Mato Grosso e 4 toneladas por habitante em Campo Grande.
Conforme noticiado pela Filial Brasil, o desmatamento no Cerrado gerou a emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2, de janeiro de 2023 a julho de 2024.
Material alterada às 18h04 do dia 24/10/2024 para emendar dados sobre tratamento de esgoto na cidade de Campo Grande.