Adolescente foi morto a tiros enquanto cuidava da loja do pai por vingança de acidente causado por ele, conclui polícia
Acidente de trânsito ocorreu um ano antes. Polícia divulgou a foto do suspeito, que está foragido.
Adolescente foi morto a tiros enquanto cuidava da loja do pai
Adolescente foi morto a tiros enquanto cuidava da loja do pai
A Polícia Civil concluiu que a morte de Guilherme Oliveira Cardoso, de 17 anos, em Mineiros, no sudoeste de Goiás, foi motivada por vingança. O adolescente foi morto a tiros em 17 de novembro enquanto cuidava da loja do pai, uma açaiteria localizada no bairro Leontino.
De acordo com o delegado Haroldo Toffoli, o crime foi cometido por causa de um acidente de trânsito ocorrido um ano antes, no qual o irmão do suspeito de ter disparado contra o adolescente morreu. Na ocasião, Guilherme teria fugido do local do acidente.
A investigação mostrou que o suspeito, Mateus Gonçalves da Silva, entrou no estabelecimento usando capacete, disparou contra o adolescente e fugiu sem levar nada. O caso foi caracterizado como uma execução, conforme a Polícia Civil. A polícia divulgou a foto do suspeito, que está foragido.
Quem tiver informações sobre o paradeiro do suspeito pode denunciar anonimamente pelo Disque-Denúncia 197.
Mateus Gonçalves da Silva (à esquerda) é procurado, suspeito de matar Guilherme Oliveira Cardoso (à direita) — Foto: Divulgação/Polícia Civil e Reprodução/Redes sociais
Brincalhão, trabalhador, sem inimizades e cheio de sonhos. São essas as características que descrevem Guilherme Oliveira Cardoso, de 17 anos, segundo a família.
Guilherme completaria 18 anos em 22 de janeiro. No auge da juventude, o garoto queria cursar agronomia, mas já entendia a importância do trabalho. Por isso, ajudava os pais na açaiteria da família, e também a namorada, que fazia feira todos os domingos na cidade.
Ele tinha vários sonhos e objetivos pela frente. Quando morreu, tinha duas semanas que estava iniciando seu primeiro emprego em uma auto peças. Ia fazer a prova do vestibular para agronomia. No dia 29 de novembro seria sua formatura do ensino médio. Tínhamos aberto o processo pra ele tirar a habilitação e ele estava contando os dias pra isso acontecer, sonhava com os 18 anos”, contam Juliana e Arismar.
Juliana e Arismar souberam da morte do filho por ligações de testemunhas do caso. Os dois tinham ido embora da açaiteria da família pouco antes do crime acontecer, pois Guilherme e a namorada, também adolescente de 17 anos, fechariam o estabelecimento naquele dia.
Os pais não conseguem imaginar um motivo para o crime, já que Guilherme era sempre rodeado de amigos e querido por todos. Mesmo assim, temem que o responsável pelos disparos volte a atentar contra a família.
Guilherme não era filho único, Juliana e Arismar têm outra filha, de apenas 4 anos, que diariamente lamenta a falta do irmão. “Era o xodó dele”, afirmam os pais. Com a morte do primogênito, a família se diz profundamente abalada.
“Estamos inconformados por tamanha crueldade. Esperamos que a justiça seja feita, estamos muito abalados com tudo isso”, desabafam os pais.
O crime aconteceu no domingo (17), no bairro Leontino, em Mineiros. Segundo relato de testemunhas à polícia, Guilherme é filho dos donos de uma açaiteria localizada na Rua Babilônia. Naquela noite, ele estava responsável por fechar a loja, na companhia da namorada, também adolescente de 17 anos.
Por volta de 20h40, um homem usando um capacete entrou na loja e anunciou um assalto. Mas segundo o delegado Haroldo Padovani Toffoli, antes mesmo que as vítimas reagissem ou entregassem qualquer valor em dinheiro, o homem começou a atirar e matou Guilherme com os disparos.
A namorada de Guilherme não se feriu e não havia mais clientes na loja naquele momento. Por esses motivos, a Polícia Civil investiga o caso como uma execução, ou seja, um homicídio encomendado. A motivação já foi traçada, mas por enquanto, não será divulgada para não atrapalhar as investigações.