Acidente com duas mortes causou contaminação do Rio Vermelho e alerta na cidade de Goiás, diz Secretaria de Meio Ambiente
De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a carga era roubada e, portanto, não tinha licença ambiental para ser transportada. Em razão da contaminação, o Parque da Carioca segue interditado.
Suspeita de contaminação do Rio Vermelho causa alerta na cidade de Goiás [https://s02.video.glbimg.com/x240/13202293.jpg]
Um acidente na GO-164, próximo à cidade de Goiás, região norte do estado, envolvendo um caminhão carregado com agrotóxicos e um veículo de passeio resultou em duas mortes e na contaminação do Rio Vermelho, que foi exposto aos produtos após a carga cair às margens do local. O motorista do caminhão e o passageiro foram resgatados com ferimentos leves. De acordo com a DE, a carga era roubada e, portanto, não tinha licença ambiental para ser transportada.
Como os nomes dos envolvidos não foram revelados pela polícia, a DE não conseguiu uma atualização sobre o estado de saúde do motorista e do passageiro, nem como vão responder à Justiça pelo fato.
No último sábado (21), a Prefeitura de Goiás chegou a emitir um alerta em suas redes sociais, feito a partir de monitoramentos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), sobre a contaminação do rio.
Parte da carga de agrotóxicos avançou sobre o Rio Vermelho devido às chuvas de ontem (sexta-feira, 20) e contaminou as águas; A empresa responsável pelos agrotóxicos está no local realizando o trabalho de contenção do material; A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente estão fiscalizando o trabalho e monitorando a situação. A orientação é que neste momento não seja utilizada água do Rio Vermelho para nenhum tipo de consumo humano, animal e para atividade agrícola. O Parque da Carioca está interditado. A Saneago não faz captação de água no Rio Vermelho durante o período chuvoso, então não há contaminação da rede de abastecimento de água na cidade. O Município de Goiás já exigiu que todas as providências sejam tomadas pela empresa responsável pelo agrotóxico para a imediata reparação do desastre ambiental ocorrido. Os responsáveis pela contaminação serão responsabilizados pelo dano causado.
Segundo publicação feita nas redes sociais pela Semad, no último sábado (21) 95% dos resíduos haviam sido removidos, com a retirada do solo contaminado em andamento. Ainda segundo a secretaria, chove na região e a precipitação leva os resíduos para o rio. Com isso, peixes mortos surgem no leito. De acordo com a publicação, os trabalhos para minimizar os danos continuam.
O acidente ocorreu na última terça-feira (17), quando, segundo o Corpo de Bombeiros, que realizou o resgate no local, o caminhão carregado com agrotóxicos teria perdido os freios durante uma descida na GO-164, batendo em um carro de passeio e capotando para fora da pista. O condutor e passageiro do veículo menor morreram no local, e um dos corpos acabou ficando preso entre as ferragens do veículo. Os dois ocupantes do caminhão foram resgatados com ferimentos leves. Durante o resgate, quatro bombeiros tiveram contato com os produtos transportados, o que resultou em sintomas de intoxicação. Dois deles precisaram ser levados ao hospital para avaliação médica e, de acordo com a assessoria de imprensa da instituição, foram liberados no mesmo dia e passam bem.
Em julho de 2024, durante o evento da transferência simbólica da capital para a cidade de Goiás, o governador Ronaldo Caiado chegou a celebrar um acordo assinado entre secretários do Governo de Goiás, Saneago e Prefeitura de Goiás sobre a descontaminação do rio, que começou no dia 23 do mesmo mês. “Essa ação tem um investimento forte, para que consigamos descontaminar 100% do rio e de seus afluentes”, declarou o governador durante o evento. O projeto foi intitulado “Cidade de Goiás 300 anos: Preservação do Rio Vermelho” e envolve o monitoramento da qualidade da água, recuperação de nascentes e áreas degradadas, manejo e destinação de resíduos sólidos, bem como a construção de um ecoponto na cidade de Goiás, com 42 meses de validade.