A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e a equipe de transição do prefeito eleito da capital, Sandro Mabel, instituíram, a pedido do governador Ronaldo Caiado, um Gabinete de Crise para escoltar, diariamente, a situação sátira dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Goiânia.
O secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, participou da reunião de forma remota nesta quarta-feira (28/11), e destacou que Goiânia enfrenta uma grave crise sanitária que tem origem em uma crise de credibilidade relacionada à gestão da capital.
“Essa situação gerou a redução do número de leitos de UTI devido à quebra de contratos, resultando em uma desproporção trágica entre a demanda por internações e a capacidade instalada nos hospitais da capital. É urgente ampliar a capacidade de atendimento”, explicou o secretário.
Rasível destacou duas possíveis soluções:
- aumentar o número de leitos, o que demandaria investimentos significativos,
- ou otimizar a gestão dos leitos já existentes.
Segundo ele, a segunda opção é mais viável economicamente, mas exige melhorias significativas na gestão hospitalar e o restabelecimento da crédito dos prestadores de serviços quanto ao pagamento pelos atendimentos realizados.
“A geração do Gabinete de Crise é, neste momento, a única forma de oferecer à população de Goiânia uma resposta eficiente, com gestão contínua dos recursos e atendimento às necessidades dos pacientes”, afirmou o secretário, que estava em viagem e delegou a transporte da reunião ao secretário-adjunto da SES, Sérgio Vencio.
Gabinete de Crise
O Gabinete de Crise iniciará os trabalhos com um levantamento detalhado das condições das unidades de urgência e emergência do município. Esses dados subsidiarão o desenvolvimento de um sistema, pela equipe técnica da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), que permitirá a atualização em tempo real das informações, acessíveis à sociedade e aos veículos de notícia.
“A novidade secretária municipal de Saúde, Cynara Costa, já iniciou o levantamento e participará ativamente do gabinete. Com base nas informações trazidas pelo município, começaremos a implementar as medidas necessárias”, afirmou o secretário-adjunto da SES, Sérgio Vencio.
Ele destacou que a coordenação do Gabinete será compartilhada entre a SES-GO, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a equipe de transição do prefeito eleito Sandro Mabel.
O levantamento buscará traçar um quadro abrangente das unidades de saúde municipais, abordando questões uma vez que falta de insumos, medicamentos, escassez de profissionais e problemas de manutenção, incluindo as ambulâncias do Serviço de Atendimento Traste de Urgência (Samu).
“Atualmente, uma ambulância manchada com sangue precisa esperar até o dia seguinte para ser higienizada, porque o contrato com o prestador responsável pelo serviço noturno foi encerrado. Isso precisa ser resolvido com urgência”, alertou Vencio.
O objetivo médio do trabalho é prometer que os pacientes recebam assistência adequada desde o primeiro contato com o Sistema Único de Saúde (SUS), prevenindo a evolução para quadros mais graves que exijam internação em UTI, o que sobrecarrega ainda mais a rede de saúde municipal.
Ou por outra, a SES-GO buscará escora do Ministério Público de Goiás (MP-GO) para asseverar que a Prefeitura de Goiânia regularize os pagamentos pendentes a fornecedores e prestadores de serviços.
O gabinete tentará, ainda, renegociar com fornecedores e restabelecer serviços essenciais, uma vez que a limpeza das ambulâncias e o fornecimento de medicamentos na capital.
Quadro observatório
Com os dados coletados, a SES-GO desenvolverá um tela observatório, semelhante ao utilizado durante a crise da dengue, para monitorar as solicitações e ocupação de leitos de UTI em Goiânia e em todo o estado.
O sistema será atualizado em tempo real e dividido em quatro blocos de informações, conforme explica a Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES-GO, Lorena Mota.
“Haverá informações sobre a ingresso da atenção secundária e urgência/emergência, regulação de internações/dados hospitalares e transporte”, enumera Lorena.
No conjunto das Entradas, Atenção Secundária e Urgência/Emergência, o município de Goiânia fornecerá, duas vezes ao dia, dados sobre:
- recursos humanos (médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem),
- número de pacientes atendidos,
- e ocupação dos diferentes tipos de leitos (reparo, enfermaria pediátrica e adulta, e salas vermelhas).
No segundo conjunto, de medicamentos, o município de Goiânia fornecerá, duas vezes ao dia, informações sobre o estoque de insumos e medicamentos.
No terceiro conjunto, de Regulação/Hospitalar, serão reunidas informações da Mediano de Regulação Municipal, que incluirão solicitações e autorizações de internações dentro da rede municipal.
O Multíplice Regulador Estadual (CRE) acompanhará os pedidos de internação em UTIs vindos de Goiânia e de todo o estado, detalhando a evolução por diagnóstico (CID) e especialidade, muito uma vez que as autorizações de internações/transferência e fado dos pacientes nas unidades sob gestão estadual.
O conjunto de Dados Hospitalares incluirá informações sobre:
- ocupação de leitos da rede municipal e estadual,
- oferta de vagas,
- tempo médio de permanência em UTIs
- e previsão de subida dos pacientes.
No quarto conjunto, de Transporte, haverá dados sobre:
- a quantidade de ambulâncias disponíveis,
- atendimentos realizados e outros indicadores relacionados ao transporte sanitário serão incluídos.
O tela será desenvolvido pela Superintendência de Tecnologia, Inovação e Saúde Do dedo da SES-GO, responsável também por outros sistemas de monitoramento, uma vez que os painéis de arbovirose, Covid-19 e transparência da Regulação Estadual.
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