O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (11), ao se reunir com representantes dos grupos de engajamento do G20, no Palácio do Planalto, que vai levar diretamente aos chefes de Estado que virão para a Cúpula de Líderes, nos dias 18 e 19 deste mês, os cadernos de propostas aprovados por cada um dos 13 segmentos oficiais independentes, além de mais dois segmentos incorporados pela presidência brasileira (G20 Favelas e F20), ambos tratando sobre as realidades das periferias do Brasil e do mundo.
“Dia de ouvir e receber as contribuições dos Grupos de Engajamento do G20. A lista é grande, mas vale reportar: grupos da sociedade social, think tanks, juventude, mulheres, trabalho, ciências, startups, oceanos, business, parlamentos, tribunais de contas, cortes supremas, cidades e favelas. Todos focados em trazer soluções para problemas do cotidiano das pessoas e do planeta, com o olhar de especialistas e da população. É dialogando que vamos erigir melhorias concretas para o porvir”, declarou o presidente em uma postagem nas redes sociais para vulgarizar o encontro.
O G20 é o principal fórum de cooperação econômica internacional, constituído por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Uno, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia.
Os membros do G20 representam tapume de 85% do Resultado Interno Bruto (PIB) global, mais de 75% do transacção mundial e tapume de dois terços da população do planeta. A presidência rotativa do conjunto, coordenada pelo Brasil desde o término do ano pretérito, termina com a realização da cúpula de chefes de Estado e de governo, que será realizada no Rio de Janeiro. A maioria dos líderes desses países tem presença confirmada na reunião.
Cúpula social
Antes do evento principal, no entanto, será realizada a Cúpula do G20 Social, uma iniciativa inédita do governo brasiliano. Entre 14 e 16 de novembro, estão previstas tapume de 270 atividades autogestionadas. As atividades serão realizadas no chamado Território do G20 Social, superfície que compreende toda a região da Terreiro Mauá, no meio do Rio de Janeiro. Temas uma vez que justiça ambiental, justiça em saúde, enfrentamento ao racismo e colonialismo, direitos LGBTQIAPN+, paridade salarial, manutenção dos pontos de cultura e resguardo do serviço público estão entre as atividades previstas.
“O G20 é formado por duas trilhas, a trilha geopolítica e a trilha econômica e, na prática, o presidente Lula criou uma terceira trilha, que é o G20 Social, potencializando o trabalho dos grupos de engajamento e abrindo espaço para que a sociedade social organizada do mundo inteiro possa contribuir com as políticas públicas que serão apresentadas ao gerente do Estado”, destacou o ministro da Secretaria-Universal da Presidência, Márcio Macêdo. “O presidente Lula acabou de assumir um compromisso com ele, será um mensageiro desse caderno de dentro que vai seguir o documento síntese do G20 Social”, acrescentou.
Os três temas centrais que o governo adotou na presidência do G20 oriente ano são: enfrentamento das mudanças climáticas e transição energética sustentável, combate à pobreza e à miséria e reforma de organismos multilaterais e novidade governança global. Além de dialogar com esses temas, os grupos de engajamento desenvolvem propostas específicas sobre cada superfície de atuação.
“Os líderes [mundiais] vão discutir agendas sobre nossas vidas, sobre nossos interesses. Logo, esse encontro cá também com o presidente Lula é bom para demarcar esse compromisso de que, baixada a lona do G20, a vida continua e a luta também. E a gente vai continuar movimentando para que tudo que foi deliberado, vamos seguir para que os líderes mundiais coloquem em prática. Ele [Lula] se comprometeu a entregar esses documentos aos gerente de Estado que vêm para o Brasil e esperamos que a gente possa redigir uma página novidade que é a favela no planta do debate global”, afirmou Preto Zezé, presidente global da Medial Única das Favelas (Cufa), representando o G20 Favelas.
Líder do W20, o grupo de engajamento voltado à taxa de direitos das mulheres, Ana Fontes explicou que o segmento, que atualmente tem 120 representantes internacionais, aprovou uma lista sucinta de cinco grandes reivindicações, incluindo combate à violência, paridade salarial, entre outros, e a meta é que elas sejam incorporadas à enunciação final dos chefes de Estado no G20.
“Falamos o quanto é importante a gente olhar para a questão de mulheres, inclusive combater desigualdade, porque no nosso mundo quem sofre mais com as desigualdades são as mulheres e as pessoas negras. Nós contamos com o presidente Lula e com os negociadores para que essa taxa seja contemplada no documento final e aí a gente consiga, de veste, ir caminhando para uma sociedade mais justa e mais inclusiva, que passa por não deixar 52% da população mundial para trás, que são as mulheres”, observou.
A Cúpula do G20 Social prevê que, no dia 16 de novembro, ocorra a plenária final para a entrega do documento aos presidentes Lula e Cyril Ramaphosa, da África do Sul, que assume a presidência do G20 em 2025.
Durante as noites dos três dias de evento está previsto ainda o Festival Confederação Global contra a Míngua e a Pobreza, com nomes da música vernáculo. Os shows são gratuitos e também acontecem na Terreiro Mauá.