A jornalista Ariane Póvoa, de 40 anos, enfrentou nesta semana um dos maiores medos que toda mãe de menino pequena tem: precisou passar com a filha Amanda, de 1 ano e 4 meses, para o hospital, depois de verificar que a moçoila havia sido picada por um escorpião enquanto ainda estava no origem. “Ela acordou chorando muito, mas, na hora, não entendi o que era. Pensei que fosse dente nascendo. Ela começou a falar ‘dodói’ e indicar para o braço. Quando fui arrumar o origem, achei o escorpião”.
“Graças a Deus, foi um quadro ligeiro. Ela ficou muito, mas sentindo dor no sítio da picada”, disse Ariane. Antes de conseguir atendimento para a filha, Ariane chegou a passar por uma unidade da rede pública tida uma vez que referência para acidentes com escorpião em Brasília. O sítio, entretanto, não oferece atendimento pediátrico. “Só naquele dia, foram três casos de picada de escorpião em crianças no outro hospital, onde conseguimos atendimento.”
Por morar em apartamento, a jornalista nunca imaginou que passaria por um tanto do tipo. O acorreu por volta das 5h30 desta quarta-feira (6), e Amanda teve subida no término da tarde. “Ela não apresentou náusea, vômito, calafrio, nem sudorese, mas, uma vez que é protocolo, teve que permanecer em reparo por seis horas”, contou. “Durante a madrugada e hoje de manhã, ela ainda teve febre e está um pouco mais enjoadinha. Estamos monitorando com a pediatra.”
Casos uma vez que o de Amanda tornam-se cada vez mais comuns no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que pelo menos 202.324 notificações de acidentes com escorpiões foram registradas no país ao longo do ano pretérito – 20.243 a mais que o totalidade registrado no ano anterior. Esta é a primeira vez que o totalidade de notificações passa de 200 milénio.
O número de mortes provocadas por picadas de escorpião também aumentou, passando de 92 em 2022 para 134 no ano pretérito. As mortes provocadas por acidentes com escorpião ultrapassaram até mesmo os óbitos causados por picadas de serpente que, no ano pretérito, totalizaram 133.
Entenda
O chamado acidente escorpiônico representa o quadro galeno de intoxicação provocado quando um escorpião injeta sua peçonha através do ferrão. Representantes da classe dos aracnídeos, os escorpiões são predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos períodos em que há aumento de temperatura e de umidade.
No Brasil, os escorpiões classificados pelo ministério uma vez que de prestígio em saúde pública são:
– escorpião-amarelo (T. serrulatus) – com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de sisudez do intoxicação e fácil adaptação ao meio urbano.
– escorpião-marrom (T. bahiensis) – encontrado nas regiões Meio-Oeste, Sudeste e Sul.
– escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) – espécie mais generalidade no Nordeste, mas com alguns registros nos seguintes estados: Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
– escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) – principal originador de acidentes e óbitos na região Setentrião e no Mato Grosso.
Perfil das vítimas
Dados da pasta mostram que a maioria dos casos ocorre em grupos com idade entre 20 e 29 anos, seguido pelos grupos de 40 a 49 anos, 30 a 39 anos e 50 a 59 anos. Já o grupo menos agredido é o de 80 anos ou mais, seguido pelo de 70 a 79 anos.
Os números indicam que 53% das vítimas de picadas de escorpião em 2023 eram pardas (53%), seguidas por brancas (30%), pretas (7%) e amarelas (1%), sendo que em 8% dos casos não foi identificada raça ou cor do paciente.
Distribuição dos casos
Entre as regiões do país, o Sudoeste lidera, com 93.369 acidentes com escorpiões. Em seguida, estão o Nordeste, com 77.539; o Meio-Oeste, com 16.759; o Sul, com 7.573; e o Setentrião, com 7.084.
São Paulo lidera entre os estados com maior número de notificações (48.651), seguido por Minas Gerais (38.827) e pela Bahia (22.614). Já Alagoas registra o maior coeficiente de incidência do país (376,02 para cada grupo de 100 milénio pessoas). Minas Gerais responde ainda pela maior taxa de mortalidade (0,17).
Dados da pasta revelam que 65,92% das notificações de acidentes com escorpiões são feitas em zonas urbanas; 30,43%, em áreas rurais; e 0,53%, em zonas periurbanas, enquanto em 3,12% dos casos a informação foi ignorada ou não foi registrada.
Lugar e sisudez da picada
Dentre os principais locais de picada, o pé aparece em primeiro lugar (22,56%). Em seguida, estão dedos da mão (22,28%), mão (18,32%), dedos do pé (9,38%), perna (5,63%), tronco (5,38%), braço (4,57%), coxa (3,92%), cabeça (2,64%) e antebraço (2,47%). Em 2,85% dos casos, o sítio não foi registrado.
De congraçamento com o ministério, 89% das notificações de acidentes com escorpião registradas em 2023 foram classificadas uma vez que leves; 5,99%, uma vez que moderadas; e 0,77%, uma vez que graves, sendo que, em 4,16% dos casos, o nível de sisudez não foi informado.
Tempo de espera
Os números revelam que a taxa de mortalidade por picada de escorpião aumenta à medida que o tempo decorrido desde o acidente se torna maior. Em pacientes que receberam atendimento entre uma e 12 horas posteriormente serem picados, a taxa se manteve aquém de 10%. Já em grupos atendidos 24 horas ou mais posteriormente serem picados, o índice subiu para quase 40%.
Sintomas
Dentre os sinais e sintomas mais comuns entre vítimas de acidentes com escorpiões estão dor (85,69%), edema ou inchaço causado pelo acúmulo de líquidos (64,55%) e equimose ou sangramento no tecido subcutâneo (10,9%). Em 1,26% dos casos, foi identificada necrose ou morte celular.
Curiosidades
O Instituto Butantan lista uma série de fatos curiosos sobre escorpiões:
– Escorpiões podem permanecer fluorescentes porque carregam em sua cutícula substâncias que são chamadas de metabólitos secundários. Por isso, parecem fluorescentes sob a luz ultravioleta. Esse tipo de iluminação ajuda especialistas a fazerem o controle e a coleta dos escorpiões, que precisam ser feito à noite, já que é nesse período que eles saem para caçar.
– Escorpiões picam pela rabo e não pelas pinças, já que o veneno fica armazenado no interno do órgão sabido popularmente uma vez que rabo. O nome correto dessa secção do corpo do escorpião é metassoma, que ajuda a dar estabilidade ao bicho, além de servir uma vez que forma de resguardo. Já as pinças são usadas para segurar presas e no acasalamento.
– Escorpiões do gênero Ananteris têm a capacidade de se desprender da rabo para evadir de predadores. O fenômeno, observado também entre lagartos, é considerado uma automutilação. Quando o órgão é engrandecido do corpo, o tripa e o ânus param de funcionar corretamente e as fezes ficam acumuladas, causando intoxicação e, posteriormente, a morte do bicho.
– Muro de 5% das espécies de escorpiões têm capacidade de ter filhotes sozinhas, sem precisar de um parceiro. Esse tipo de reprodução é chamado partenogênese e zero mais é que o desenvolvimento de embriões sem urgência de fecundação de espermatozoides.