Com a marca de 1 milhão de livros vendidos, o jornalista baiano Itamar Vieira Junior acredita que a tese de que o brasiliano não se interessa por livros ou leituras é um mito. Ele conversou com a Filial Brasil dias antes de participar da Sarau Literária Internacional de Maricá (Flim), na região metropolitana do Rio, que receberá visitantes até o dia 10 de novembro.
Para o responsável, a participação do público brasiliano em eventos e feiras literárias vem crescendo. “Isso mostra o interesse do brasilerio pela leitura, por levante encontro com o responsável e cai por terreno esse mito de que o brasiliano não se interessa por literatura e por livros. Estas feiras são importantes porque às vezes elas chegam em cidades que não têm uma livraria, ou não têm uma livraria.”, afirmou.
Ele também destacou a proximidade de seus personagens com os brasileiros e garantiu que prepara um novo romance para ser lançado em breve. “A gente só precisa falar da gente mesmo. Logo, olhar para nós mesmos. Isso é que é importante. Acho que é dessa maneira que a gente vai ocupar mais leitores”.
A marca de 1 milhão de livros vendidos no Brasil em cinco anos será celebrada com o lançamento de uma edição comemorativa de Torto Arado em capote dura serigrafada, no dia 7 de novembro. Itamar Vieira Junior também é responsável de Salvar o Queima, de Doramar ou a Odisseia e do livro infantil Chupim.
Itamar Vieira Junior, que nasceu em Salvador, na Bahia, em 1979, é geógrafo e doutor em estudos étnicos e africanos pela Universidade Federalista da Bahia (UFBA). Foi vencedor dos prêmios Leya, Oceanos e Jabuti.
Em entrevista exclusiva à Filial Brasil, o responsável disse que tem participado de várias feiras literárias e fica satisfeito em ver que esses eventos levam a cultura a várias regiões do país.
Filial Brasil – Porquê você vê o desenvolvimento da participação do público em eventos literários?
Itamar Vieira Junior – “É sempre muito bom. Tenho participado de muitas feiras em cidades pequenas, em cidades médias e o que percebo é que estão sempre repletas de gente, sempre têm uma grande circulação. Eu não participei em nenhum desses eventos para ter poucas pessoas, sempre tem muitas. Isso mostra o interesse do brasilerio pela leitura, por levante encontro com o responsável e cai por terreno esse mito de que o brasiliano não se interessa por literatura e por livros. Estas feiras são importantes porque às vezes elas chegam em cidades que não têm uma livraria, ou não têm uma livraria. Elas movimentam não só a cidade, mas as cidades do entorno. Logo, sempre vejo com bons olhos o caso dessas feiras.
Filial Brasil – Você que percorre tantos lugares diferentes do país, tem notado um maior interesse por estas feiras?
Itamar – Eu acho que nos últimos anos houve uma mudança significativa na literatura brasileira, Acho que se tornou, de alguma maneira, mais diversa, tem mais gente publicando de lugares e de origem diferentes. Isso renovou o interesse dos leitores por nossa literatura. Pessoas do nordeste, pessoas negras e indígenas têm publicado. Ainda é de maneira pequena e incipiente, acho que ainda pode melhorar muito, mas essa mudança tem de veste ocorrido e isso renovou o interesse dos leitores por nossa literatura. Acho que, sim, as pessoas estão interessadas no que escrevemos e na literatura brasileira.
Filial Brasil – Ou por outra, porque também se sentem representadas na literatura, não é?
Itamar– Simples. O Brasil é um país diverso. Segundo os dados do próprio IBGE do último Recenseamento, mais de 50% da população se declara porquê negra, ou seja, preta e parda. Isso mostra que as pessoas querem se sentir representadas de alguma maneira nessa história. Que elas falem tudo das coisas que conhecemos, que falem do Brasil, que elas possam recontar a nossa história. Que a gente possa falar sobre as nossas dores, mas também nossas esperanças, Acho que de veste a literatura brasileira tem sazonado um pouco disso nos últimos anos.
Filial Brasil – Nesta feira específica, a secretaria de ensino do município tem o objetivo de levar mais de 30 milénio alunos da rede municipal de ensino e dar a eles o favor da Mumbuca Literária, estendendo a medida aos estudantes do Programa Passaporte Universitário. Maricá tem uma moeda social que se labareda Mumbuca e na feira os estudantes vão lucrar o favor equivalente a 200 mumbucas para a compra de livros. Isso também é uma forma de incentivar a procura pelos livros?
Itamar – Com certeza. O Brasil é um país muito desigual, muitas pessoas não chegam a leitura ou pela falta de condições para comprar ou para empréstimo desses livros. Tudo que for feito para reduzir e mitigar esta desigualdade e fazer com que as pessoas se interessem e busquem os livros. que possam ter a oportunidade de ter o livro na mão e levar para moradia para ler ou emprestar, tudo que é feito para reduzir essa desigualdade é muito benvindo. Outras feiras literárias tiveram experiências parecidas, acho que na Bahia. Na Bienal de São Paulo, a prefeitura fez levante trabalho. Faz toda diferença, porque vai criando na população essa cultura de que a leitura é importante e de que o livro é importante. Não vai excluir pelo menos aqueles alunos que estão participando, ou as pessoas da cidade. Eles não vão deixar de comprar o livro, porque simplesmente não têm quesito financeira. Vai ter lá um valor, uma valimento, que ele vai utilizar para comprar um livro e fazer as suas escolhas no que desejarem. Acho que é muito válido, importante. É um tanto que deveria ser replicado sempre que provável em todas as feiras.
Filial Brasil – Você alcançou agora uma marca até insólita de 1 milhão de exemplares vendidos dos seus livros e, inclusive, vai ter a edição comemorativa. O que você, que se destaca tanto dentro de uma feira dessa, qual é a mensagem que pode levar justamente no momento de uma marca tão expressiva na venda de livros?
Itamar – Eu fico feliz e percebo que não estou sozinho nesses números. É um tanto que eu compartilho com os autores e com os leitores também. Isso mostra que a nossa literatura pode chegar em muitos lugares. É uma literatura que é supimpa, que quando tem oportunidade é premiada, mesmo fora do Brasil, pode conseguir novos leitores. Eu não estou sozinho nesta estrada. Muitos autores contemporâneos porquê Jeferson Tenório, Carla Madeira, também têm números expressivos de venda. Isso é muito bom, mostra um interesse que se renovou pela literatura do país e nos coloca em uma posição de valimento de que a nossa literatura pode não só ocupar leitores cá, mas leitores fora do Brasil. Acho que está mais do que na hora do Brasil figurar porquê uma potência criativa, uma potência literária no mundo. Tudo isso é importante para que a gente, de veste, se orgulhe das nossas criações, da nossa produção literária e do que nós fazemos. Esse número diz menos sobre mim. Diz mais sobre o Brasil, sobre os leitores, sobre o momento que a nossa literatura vive hoje.
Filial Brasil – Os seus personagens retratam muito uma secção do Brasil, muito o espírito brasiliano também, não é?
Itamar – Sim. Acho importante que para grafar boas histórias para leitores, a gente não precisa ir muito longe. A gente só precisa falar da gente mesmo. Logo, olhar para nós mesmos. Isso é que é importante. Acho que é dessa maneira que a gente vai ocupar mais leitores.
Filial Brasil – Porquê está a sua programação e o seu trabalho agora? O que vem pela frente?
Itamar – Estou escrevendo o romance que fecha esse ciclo que iniciei com Torto Arado e continuou com Salvar o Queima. Não sei quando concluirei, mas é um tanto que tem ocupado meu trabalho porquê responsável e acabei de lançar um livro infantil em agosto. Tenho circulado também e rodado para falar desse livro.
Filial Brasil – O que você traz neste livro e porque se dedicou ao público infantil?
Itamar – O livro se labareda Chupim e saiu com o selo Baião da Todavia. Conta a história de um menino que vive em um campo de arroz com os pais e outros trabalhadores. Ele tem porquê função espantar uma praga que ele depois vai deslindar que é um pássaro chamado Chupim. Essa é a história contada pelos olhos de uma moço com as imagens da Manuela Navas [artista plástica]. É um livro que tem me trazido muitas alegrias. Tenho participado de contação de histórias, de eventos para lançar e falar sobre esse livro também. Acho que é, importantíssimo me destinar um pouco para a literatura infantil, por fim, se eu me formei porque descobri a literatura ainda muito cedo e foi a literatura infantil que despertou em mim a leitura, se não fosse a leitura, eu não seria responsável, logo para mim é um trabalho importante porque me dedico à literatura da puerícia.