O Índice Universal de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,52% em outubro. O percentual é maior que o resultado do mês anterior, quando apresentou subida de 0,62%. No ano, o indicador, que frequentemente é usado para a correção inflacionária dos contratos de aluguel, acumula progressão de 4,20% no ano e de 5,59% nos últimos 12 meses. Em outubro de 2023, período em que teve elevação de 0,50%, o IGP-M acumulava recuo de 4,57% em 12 meses. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasílico de Economia da Instauração Getúlio Vargas (FGV/Ibre)
O economista do Ibre Matheus Dias, informou que em outubro, além dos efeitos climáticos adversos, houve o impacto da demanda global por commodities. “No IPA, os maiores impactos foram registrados nos preços de bovinos, músculos bovina e minério de ferro, produtos de exportação que apresentaram um aumento significativo no volume exportado. No Índice ao Consumidor, a maior taxa veio da tarifa de eletricidade residencial, consequência da adoção da bandeira tarifária vermelha, patamar 2. Na construção social, o maior impacto se deve ao aumento significativo nos preços de materiais, equipamentos e serviços,” conforme texto divulgado pelo instituto.
IPA
Também em outubro, o Índice de Preços ao Produtor Grande (IPA) teve elevação de 1,94%. De consonância com o Ibre é um progressão significativo na verificação com o desempenho de setembro. Naquele momento, o indicador apresentou subida de 0,70%. “Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 1,36% em outubro, taxa superior em relação ao mês anterior, quando registrou subida de 0,69%.”
Na avaliação dos pesquisadores, o progressão do subgrupo de vitualhas processados, passando de 1,88% para 4,38%, no mesmo pausa, contribuiu para a subida do grupo. “Outrossim, o índice correspondente a bens finais (ex), que exclui os subgrupos de vitualhas in natureza e combustíveis para consumo, subiu de 0,88% em setembro para 1,88% em outubro”, completou.
Apesar de menor intensidade que a do mês anterior, houve movimento de subida também, em outubro, no grupo bens intermediários (0,13%). No resultado anterior tinha registrado 0,57%. “O principal fator que influenciou esse recuo foi o subgrupo de suprimentos, cuja taxa passou de 1,21% para -0,89%. O índice de bens intermediários (ex), que exclui o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,52% em outubro, porém subordinado à subida de 1,00% em setembro.”, informou FGV.
Outro progressão, em outubro, foi no estágio das matérias-primas brutas (4,59%). Elevação significativa também porque em setembro tinha ficado em 0,87%. “A aceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais porquê o minério de ferro, que inverteu sua taxa de uma queda de 6,01% para uma subida de 7,20%, os bovinos, cuja taxa avançou de 4,07% para 11,33%, e a soja em grão, que subiu de 2,59% para 4,63%”, destacou.
Em desempenho dissemelhante, alguns itens tiveram um comportamento oposto. Entre eles, o leite in natureza, que baixou de 5,21% para 1,66%; os suínos, com desaceleração de 9,54% para 2,62% e o moca em grão, que recuou de 4,14% para 2,43%.
IPC
Ainda em outubro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,42%, percentual maior que o de setembro, quando avançou 0,33%. Cinco das oito classes de despesa que compõem o indicador registraram subida: habitação (1,00% para 1,35%), alimento (-0,12% para 0,13%), vestuário (-0,23% para 0,23%), saúde e cuidados pessoais (0,19% para 0,35%) e notícia (0,01% para 0,14%).
Conforme o Ibre, as maiores influências nestas classes de despesa foram a tarifa de eletricidade residencial (3,76% para 5,51%), hortaliças e legumes (-12,47% para -5,16%), calçados (-0,10% para 0,76%), artigos de higiene e zelo pessoal (-0,40% para 0,53%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,38% para 0,14%).
Em comportamento contrário, houve recuo nas taxas dos grupos ensino, leitura e recreação (0,59% para -0,02%), transportes (-0,01% para -0,12%) e despesas diversas (1,24% para 1,08%) exibiram recuos em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, é importante ressaltar os itens: passagem aérea (3,55% para -0,11%), etanol (-0,43% para -1,71%) e cigarros (5,35% para 3,01%).
INCC
A subida no Índice Pátrio de Dispêndio da Construção (INCC) em outubro ficou em 0,67%. É mais elevada que a anterior (0,61%). “Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de setembro para outubro: o grupo materiais e equipamentos apresentou uma aceleração, passando de 0,60% para 0,72%; o grupo serviços avançou de 0,50% para 0,70%; e o grupo mão de obra registrou recuo, variando de 0,64% para 0,60%”, concluiu o instituto.
