Servidores da Comurg receberam quase R$ 1 milhão em pagamentos de acordos extrajudiciais, conforme revelam documentos recentes obtidos. Ambos os acordos foram assinados por Márcio Porfírio, então chefe do departamento jurídico da companhia. No total, 33 servidores foram afastados de suas funções em meio às investigações em andamento.
Dois servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), suspeitos de envolvimento em um esquema de acordos extrajudiciais fraudulentos, receberam quantias expressivas que somam quase R$ 1 milhão. De acordo com informações apuradas pela TV Anhanguera, Edimar Ferreira da Silva recebeu um montante de R$ 336 mil de uma única vez. Já João Cláudio Bastos Guimarães foi beneficiado com uma superindenização de R$ 662 mil, paga em duas parcelas.
Ambos os acordos foram formalizados por Márcio Porfírio, na época chefe do departamento jurídico da empresa, que posteriormente foi afastado de suas funções em meio às descobertas das investigações em curso. Até o momento, não foram localizadas as defesas dos suspeitos envolvidos, segundo a última atualização dos relatórios.
As suspeitas levantadas indicam a existência de um esquema de rachadinha envolvendo servidores da Comurg. O Ministério Público recebeu novas denúncias de pagamentos suspeitos, incluindo um acordo no valor de quase R$ 1,5 milhão, dividido em três parcelas entre maio e julho de 2022. Outro caso refere-se a um pagamento de R$ 1,3 milhão, ainda sob investigação.
O afastamento preventivo de 31 servidores públicos efetivos da Comurg foi determinado pela empresa, visando a instauração de um processo de investigação direcionado aos acordos de trabalho que resultaram em pagamentos considerados desproporcionais. A análise preliminar realizada pela assessoria jurídica identificou indícios de irregularidades nos processos administrativos e nos valores pagos, exigindo uma reanálise minuciosa dos registros.
Os empregados afastados estarão à disposição da Corregedoria da Companhia para prestar esclarecimentos quando solicitados, devendo entregar as chaves eletrônicas durante o período do afastamento. Além disso, o acesso aos sistemas internos da Comurg foi bloqueado como medida preventiva. Um procedimento investigatório interno foi aberto pela Corregedoria, e, em caso de constatação de irregularidades, um processo administrativo-disciplinar poderá ser instaurado, com possíveis sanções.
O presidente da Comurg determinou a notificação da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) caso as investigações concluam que as irregularidades foram cometidas por advogados no exercício de suas atividades profissionais. Essa medida visa assegurar o acompanhamento do procedimento investigatório pela Comissão de Defesa das Prerrogativas da OAB-GO. A empresa segue empenhada na apuração dos fatos e na garantia da transparência em suas ações.