Trabalhador da limpeza urbana da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) com pagamento base de R$ 1,5 mil recebe salário bruto de R$ 50 mil
Dados do Portal da Transparência indicam que o funcionário alcançou esse valor por meio de gratificações e “outros proventos”. Ministério Público de Goiás informou que investiga pagamento de supersalários.
Em novembro de 2024, o salário do funcionário totalizou R$ 50,3 mil. Desse montante, os descontos somaram R$ 26,7 mil, resultando em um salário líquido de R$ 23,6 mil. O valor incluiu Gratificação de função de confiança de R$ 10,7 mil, Gratificação incorporada de R$ 10,7 mil, Outros proventos de R$ 27 mil, Vencimento base de R$ 1,5 mil e Vale-transporte de R$ 240.
Em dezembro do mesmo ano, os rendimentos brutos aumentaram para R$ 52,8 mil. Após descontos de R$ 27,4 mil, o trabalhador recebeu um total líquido de R$ 25,4 mil. Os ganhos foram distribuídos da seguinte forma: Gratificação de função de confiança de R$ 11,1 mil, Gratificação incorporada de R$ 11,1 mil, Outros proventos de R$ 28,6 mil, Vencimento base de R$ 1,6 mil e Vale-transporte de R$ 240.
Os registros apontam valores semelhantes em outubro de 2024, quando o funcionário recebeu R$ 50,3 mil brutos e R$ 24,5 mil líquidos. Além disso, um assessor administrativo teve um salário bruto próximo a R$ 60 mil em novembro. Em dezembro, os rendimentos alcançaram R$ 62 mil sem descontos. O salário-base do profissional é de R$ 5, 5 mil.
Na última semana, o prefeito Sandro Mabel afirmou que uma auxiliar de limpeza da Comurg recebe R$ 44 mil mensais. Após a declaração, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou que investiga o pagamento de supersalários e gratificações indevidas a servidores da companhia.
O Ministério Público investiga a existência de ato oficial para criação de cargos comissionados, a natureza das atividades desempenhadas pelos comissionados, a ausência de controle na folha de pagamento de comissionados, a priorização de contratações comissionadas em detrimento da realização de concursos públicos, a composição salarial dos comissionados (remuneração, gratificações e outros acréscimos) e a nomeação irregular de uma servidora para um cargo incompatível com funções comissionadas, além da falta de controle da folha de pagamento, uma dívida trabalhista de R$ 40 milhões e um suposto contrato irregular entre a companhia e a Prefeitura de Goiânia.